Especialistas falam da importância de redobrar a atenção durante a folia
para não ser vítima de furtos.
Os tradicionais furtos de celular
em blocos de carnaval neste ano são apenas um dos riscos para quem quer curtir
a folia. De acordo com especialistas em segurança e vítimas entrevistadas pelo R7,
os golpes da máquina de cartão e da pochete são tendência entre os criminosos,
fora outros já conhecidos como o do boa noite, Cinderela e até o do Pix.Fantasiada
de anjo, com uma maquiagem cheia de brilho e uma pochete decorada
com lantejolas prateadas, a publicitária Raiane Porfírio foi curtir o Carnaval
em um bloquinho de rua na zona oeste de São Paulo. Quando mexeu na pochete para
pegar o celular, a surpresa: o bolso estava aberto e o aparelho havia
desaparecido. "Eu comprei a pochete justamente para ter os meus pertences,
principalmente o celular, perto o suficiente de mim enquanto eu curtia e, mesmo
assim, na rapidez, alguém passou e pegou", conta. A jovem, de 26 anos,
acredita que o furto tenha ocorrido no momento em que ela curtia o show no meio
da aglomeração. O golpe normalmente funciona assim: um criminoso passa e puxa o
zíper da pochete. Em seguida, outro passa e coloca a mão para furtar o que
estiver lá dentro. Uma situação parecida ocorreu com o estudante de educação
física Gabriel Silva, de 20 anos. Ele curtia um bloquinho de rua na Vila
Olímpia, na zona sul da capital, quando percebeu que o zíper
do bolso da bermuda estava aberto e o celular já não
estava mais lá. "É comum no meio da diversão que a pessoa esteja
descontraída, mas é justamente nesse tipo de festa que a atenção deve
triplicar", recomenda a delegada e diretora da Adepol (Associação dos
Delegados de Polícia do Brasil), Raquel Gallinati.Segundo ela, durante o
Carnaval, há um aumento de crimes de roubo e furto porque quadrilhas se
aproveitam justamente da aglomeração, já que acaba ficando difícil a
identificação. "O ideal é que as pessoas que vão nesse tipo de evento
levem só o necessário, como documentos, porque joias, relógios, dinheiro e
celular deixa elas muito suscetíveis", completa.Além disso, ainda que a
pessoa não tenha sido abordada, é importante que ela registre um boletim de
ocorrência para que a polícia investigue o crime naquela região."Por meio
desses boletins, a polícia faz o mapeamento da situação e define o modo de ação
dessas quadrilhas. Isso ajuda tanto na possível identificação do autor quanto
para que outras pessoas não sejam vítimas. A subnotificação disso faz com que
os criminosos se sintam impunes", afirma Raquel. Golpe da máquina de cartão Além de
roubos e furtos em pochetes, bolsas e bolsos da roupa, um outro crime que pode
aumentar durante as festas de Carnaval é o do golpe da máquina de
cartão, quando o criminoso cobra um valor alto por determinado
produto, mesmo que tenha informado um outro valor e, sem perceber, a vítima
paga. Isso ocorre, principalmente, quando a pessoa utiliza cartões que debitam
um valor por aproximação, ainda segundo a delegada. "O melhor a se fazer é
tirar essa funcionalidade do cartão, além de excluir aplicativos de banco do
celular, porque isso também deixa a pessoa mais suscetível", diz. Com a
vítima em seu poder, os criminosos buscam, entre outras coisas, fazer
transferências por meio do Pix. O serviço de transferências foi lançado em 2020
e, desde então, fez explodir o número de casos de extorsão mediante
sequestro. Outro crime que pode ocorrer com esse tipo de mecanismo de
pagamento é o de um vendedor golpista tentar trocar o cartão da pessoa por um
outro parecido. Depois, esse criminoso usa o saldo ou o crédito, e a vítima só
é informada quando chega a fatura. Nesses casos, fica ainda mais fácil para o
golpista se o cartão for de aproximação. Golpe do
Boa noite, Cinderela e do Pix
A diretora da Adepol ainda faz um alerta para o golpe mais antigo
conhecido: o do boa noite, Cinderela. Segundo ela, em festas
com muita bebedeira, típicas do Carnaval, esses crimes podem ficar ainda mais
recorrentes. "O criminoso coloca sonífero no copo da vítima. Antes, era
muito usado para crimes sexuais, o que continua ocorrendo, mas hoje eles
utilizam isso para pegar o celular da pessoa e fazer transferências
bancárias", afirma Raquel. Para evitar cair nesse tipo de golpe, a
delegada aconselha que as pessoas fiquem atentas ao copo de bebida, para não
deixar com estranhos, nem para ir ao banheiro, além de não aceitar nenhum tipo
de líquido de pessoas que não conhece. Só no
pré-Carnaval a polícia recuperou mais de cem celulares roubados As
polícias civil e militar recuperaram pelo menos 110 celulares roubados
ou furtados no sábado (11) e no domingo (12), durante as
festividades de pré-Carnaval na cidade de São Paulo e prenderam cerca de 14
pessoas suspeitas de estarem envolvidas nesses crimes. Na zona oeste da
capital, três mulheres e um homem foram presos em flagrante, e uma adolescente
foi apreendida nos bairros de Pinheiros e Barra Funda. No total, 44 aparelhos
foram recuperados. No centro, cinco mulheres e um homem foram detidos nas
regiões do Pari e da República. Ao todo, as ocorrências resultaram na apreensão
de 64 celulares. No mesmo local, três adolescentes foram apreendidos, e um
celular, avaliado em cerca de R$ 8.000, foi devolvido à vítima. Além de fazer
as apreensões, policiais militares da Força Tática prenderam um homem de 36
anos procurado pelo crime de roubo, na rua Conselheiro Crispiniano. Ele foi
encaminhado ao 77º DP (Santa Cecília), onde permanece à disposição da Justiça. No
fim da tarde deste domingo (12), um suspeito foi detido com 31 cartões
bancários e uma máquina de cartões escondidos nos bolsos da calça, também na
região de Pinheiros. Ele informou que adquiriu os cartões de uma pessoa em um
bloco de Carnaval e foi conduzido ao 14º DP para o registro do boletim de
ocorrência.De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo),
as ações da polícia foram ampliadas neste mês para combater crimes de diversas
modalidades e garantir a segurança durante a folia.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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