Gestores nos estados querem firmar acordo com Câmara e Senado até março
e calculam R$ 45 bilhões a serem pagos pela União.
Governadores intensificaram as
cobranças que têm feito à União para repor as perdas de arrecadação que
sofreram por causa das mudanças nos cálculos do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os gestores
locais pressionam para firmar um acordo com a Câmara e o Senado até março com
a promessa de não repassar as despesas ao consumidor, aumentando os tributos."Uma
das preocupações de todos os 27 governadores é de não repassarmos à população
qualquer tipo de aumento. O consumidor está sendo preservado dentro das
análises de todos os governadores", disse a governadora em
exercício do
Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmando que o diálogo
entre os governos estaduais e federal avança no sentido de auxiliar os estados
com repasses. O governo federal já informou que
compensará os estados, mas o impasse ainda gira em torno dos valores. Enquanto
os governadores calculam R$ 45 bilhões a serem pagos pela União, o Tesouro
Nacional estima uma fatura na casa dos R$ 22 bilhões, segundo o governador
Rafael Fonteles (PT-PI), responsável por discutir o tema junto aos Três
Poderes. Valor Pelas
discussões, o valor deve ser uma média entre o que preveem os estados e uma
portaria feita no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que
mostra perda de R$ 13 bilhões na arrecadação.Na avaliação do governador do
Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), o caminho é para
uma "posição mediana" entre esses dois cálculos, mas parte dos
governadores pressiona pelo pagamento do valor mais alto ou próximo dele. Diferença no cálculoA discrepância
entre os cálculos ocorre em razão de alguns fatores. O principal deles é em
relação ao que estabeleceu a lei, que prevê compensações a estados que tivessem
perdas superiores a 5%. Enquanto os estados reivindicam que, ao atingir o
percentual, a União precisa arcar com todo o prejuízo, o governo federal
calcula pagar apenas o excedente. O tema está judicializado e o Supremo Tribunal Federal (STF) deu
120 dias, em dezembro de 2022, para que os governadores e o Executivo federal
chegassem a um acordo. Os estados pleiteiam compensação específica para
cada combustível e que as perdas de 2022 usem como base as alíquotas empregadas
em 2021. Já a União entende que a estimativa deve ser feita sobre o ICMS
de maneira global. Pagamento parcelado Para
aumentar o valor repassado pela União, os governadores dizem que aceitarão os
repasses em parcelas. O ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, propôs o pagamento até o fim do mandato de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), mas os gestores locais querem diminuir esse prazo. "A
compensação aos estados está disciplinada na lei, que prevê que as perdas com a
arrecadação do imposto seriam compensadas até o fim de 2022. O que nós queremos
é essa implementação", comentou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite (PSDB), após reunião com Haddad, na semana passada. O governador do Piauí
afirmou nesta terça (14), após reunião com os presidentes da Câmara e do
Senado, que iria realizar uma nova rodada de negociações com Haddad. "Essa
semana ainda querem fechar o entendimento com a União", disse, completando
que o próximo passo é obter o aval dos demais poderes. "Estamos tomando a
iniciativa de conversar com o Poder Legislativo e o Judiciário para que um
eventual acordo seja avalizado pelos demais poderes. A negociação precisa ser
estável do ponto de vista jurídico e seguro do ponto de vista político." O
prazo estimado por Fontele para uma decisão junto a Haddad é até o início de
março. "É uma discussão que está avançada, mas ainda não finalizada.".(
Fonte R 7 Noticias Brasilia)
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