Dos 21,1 milhões de benefícios de outubro, 17,2 milhões são para os domicílios em que as mulheres são as responsáveis.
De cada dez famílias que recebem o Auxílio Brasil neste
mês de outubro, oito são chefiadas por mulheres. Segundo o Ministério da
Cidadania, do total de 21,1 milhões de benefícios que começaram a ser pagos
nesta terça-feira (11), 17,2 milhões são para os domicílios em que as mulheres
são as responsáveis. O número representa 81,5% do total dos integrantes
do programa de transferência de renda, que recebem a parcela atualmente de R$
600. O repasse para esse segmento é superior a R$ 10,4 bilhões no pagamento
deste mês. O dado está em linha com os números do IBGE. A Pnad Contínua
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mais recente mostra que,
em 2021, 32% das pessoas responsáveis pelos domicílios do país eram mulheres.
Ou seja, mais de 34 milhões de mulheres se declaravam responsáveis
financeiramente pelos seus lares, enquanto os homens eram 37,5 milhões (36,1%
dos domicílios). Segundo a economista Carla Beni, professora de MBAs da
FGV (Fundação Getulio Vargas), o número de famílias chefiadas por mulheres mais
que dobrou em 15 anos. Muito por causa das conquistas femininas e dos avanços
no mercado de trabalho. Mas, segundo a economista, no caso dos programas
sociais, como o Auxílio Brasil, faz parte da política pública que o recurso
esteja no nome da mulher. "Em política pública, estatiscamente falando, a
mulher tem capacidade de esticar o dinheiro para poder sustentar os filhos. Ela
gere melhor por ter responsabilidade materna com as crianças", explica
Carla. Além disso, entre a população de baixa renda há uma quantidade grande de
crianças sem o nome do pai no registro de nascimento. Por isso, a política
pública é feita em nome da mãe. Já em termos geral, levando em consideração a
pesquisa do IBGE, a economista afirma que é preciso entender a questão
metodológica. "O conceito de chefia é de uma pessoa de referência, um
integrante considerado responsável pela aquela casa. O que significa que essa
mulher pode ter companheiro e pode dividir a atividade, pode ter chefia
compartilhada, mas, para efeito de pesquisa, é apontada uma pessoa, mesmo que
tenha tarefa dividida", analisa a economista. Perfil das mulheres Segundo o Ministério
da Cidadania, com os dados de setembro, o Centro-Oeste é a região que registrou
o maior percentual de lares chefiados por mulheres, com 86,8% das famílias. A
região Norte vem em segundo lugar, com 83,2%, seguida pelo Sul (83,1%), Sudeste
(81,7%) e Nordeste (80,4%). Por estados, Goiás lidera o percentual de chefes de
família mulheres no país. São 88,2%, ou 426 mil lares chefiados por mulheres,
de um total de 482 mil. Em seguida, aparecem Rondônia (87,8%), Tocantins
(86,4%), Mato Grosso (86%) e Mato Grosso do Sul (85,9%). Na outra ponta,
o Piauí é a unidade federativa com menor percentual de mulheres como chefes de
família entre as beneficiárias do Auxílio Brasil em setembro. Ainda assim, são
77,2%, ou 478 mil famílias em um universo de 619 mil. Pagamento antecipado O Auxílio Brasil de
R$ 600 começou a ser pago nesta terça-feira (11) a 21,1 milhões de famílias.
Desse total, 5,98 milhões de beneficiários também recebem o Auxílio Gás, que
equivale ao valor médio do botijão de gás de cozinha de 13 quilos. Por
causa do feriado, o pagamento é suspenso nesta quarta-feira e retomado na
quinta-feira (13) para os integrantes do programa com final 2 do NIS (Número de
Identificação Social). O pagamento seguirá de forma escalonada até o dia 25 de
outubro, para quem tem final 0 do NIS. É a segunda vez que o calendário é
antecipado. Em agosto, quando a parcela aumentou de R$ 400 para R$ 600, também
começou antes. Confira o
calendário de outubro
NIS final 1 – 11 de outubro
NIS final 2 – 13 de outubro
NIS final 3 – 14 de outubro
NIS final 4 – 17 de outubro
NIS final 5 – 18 de outubro
NIS final 6 – 19 de outubro
NIS final 7 – 20 de outubro
NIS final 8 – 21 de outubro
NIS final 9 – 24 de outubro
NIS final 0 – 25 de outubro Quem
tem direito?
Para receberem o Auxílio Brasil, as famílias devem atender a parâmetros de
elegibilidade e ter os dados atualizados no CadÚnico (Cadastro Único) nos
últimos 24 meses. Além disso, é preciso que não haja divergência entre as
informações declaradas no cadastro e as que estão em outras bases de dados do
governo federal. Para a inclusão no programa, o principal critério é a renda
mensal calculada por pessoa da família, que corresponde à soma de quanto cada
integrante ganha por mês, dividida pelo número de pessoas que moram na casa. •
Se a renda mensal por pessoa for de até R$ 105 (situação de extrema pobreza), a
entrada no programa poderá acontecer mesmo que a família não tenha crianças nem
adolescentes; • Se a renda por pessoa for de R$
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