Documento foi elaborado por uma funcionária do governo após mais de 70 entrevistas e análise de registros de mensagens.
Encomendado no início de dezembro por Boris Johnson, o relatório interno sobre
as supostas festas realizadas em Downing Street, a sede dos
escritórios e residência oficial do primeiro-ministro britânico, durante os
períodos de confinamento, denuncia "falhas de liderança". O relatório
foi publicado em versão reduzida para supostamente não atrapalhar as
investigações policiais sobre os eventos que foram de encontro com as normas
restritivas do governo britânico. A agência AFP separou os principais pontos do
documento. Objetivo do relatório O
principal objetivo desta investigação interna, condensada em 12 páginas e
realizada pela alta funcionária Sue Gray, reconhecida por sua integridade, era
lançar luz sobre a natureza destas "reuniões" quando as normas contra
Covid-19 proibiam a socialização. Gray escreveu, contudo, que não é sua
responsabilidade determinar se houve alguma infração legal, porque isso
corresponde à polícia.Dezesseis reuniões
analisadas Um total de 16 reuniões entre maio de 2020 e abril de 2021,
que provocaram um rebuliço midiático nas últimas semanas, estão no foco desta
investigação interna. Assim, o relatório analisa uma foto em que se vê Johnson,
esposa e funcionários do gabinete compartilhando tábuas de queijo e taças de
vinho nos jardins de Downing Street durante o primeiro lockdown, em 15 de maio
de 2020. Outro encontro aconteceu em 20 de maio, quando cerca de 100 pessoas
foram convidadas pelo secretário particular de Johnson aos jardins da
residência do primeiro-ministro. O premiê esteve por um curto período no local,
afirmando depois que pensava se tratar de uma reunião de trabalho. Além de
festas de despedida para altos funcionários, o documento também cita uma
comemoração surpresa de aniversário para Boris Johnson em junho, uma reunião
prévia ao Natal e outros dois eventos que ocorreram na véspera do funeral do
príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, em abril de 2021.
Por sua vez, a polícia está investigando 12 dessas festas e, por isso, pediu a
Gray que as mencionasse apenas "minimamente" para evitar
interferências. "Infelizmente, isso significa que estou necessariamente
muito limitada sobre o que posso dizer sobre esses acontecimentos",
enfatiza a funcionária. O método Como
parte da investigação administrativa foram entrevistadas mais de 70 pessoas e
diversos documentos foram analisados, como e-mails, mensagens de WhatsApp e
SMS, fotografias e registros de entradas e saídas de edifícios oficiais.Conclusões O governo havia pedido aos
britânicos que reduzissem drasticamente suas interações sociais e, nesse
contexto, "alguns dos comportamentos que cercam essas reuniões eram
dificilmente justificáveis", considera Gray.A funcionária aponta
"falhas de liderança e de julgamento por diferentes partes de Downing
Street e do Escritório do Gabinete em diferentes momentos".Seu relatório
também critica o "consumo excessivo e inapropriado" de álcool ao
invés de trabalho, e pede que cada departamento tenha uma "política clara
e sólida" a respeito. Ademais, Gray assinala que, com o aumento nos
últimos anos do número de pessoas que trabalham em Downing Street, a liderança
não acompanhou o ritmo e continua "fragmentada", o que dá lugar a
"linhas borradas de responsabilidade".É preciso aprender "imediatamente"
lições importantes, que não necessitam esperar pelas conclusões da polícia,
insiste.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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