Cruzeiro naufragou após se chocar contra rochas na
região da Toscana, na Itália, matando 32 pessoas.
Há exatos 10 anos, o naufrágio de um navio de cruzeiro em uma
pequena ilha italiana deixou o mundo em choque e tirou as vidas de 32 pessoas.Era
a noite de 13 de janeiro de 2012 quando o Costa Concordia, após uma manobra
descuidada promovida por seu capitão, se chocou contra as rochas da Ilha de
Giglio, na região da Toscana, e tombou lateralmente no mar. O tenso resgate das
milhares de pessoas a bordo tornaria famosos dois indivíduos diretamente
ligados às operações de socorro: o comandante do navio, Francesco Schettino, e
o oficial da Capitania dos Portos Gregorio De Falco. Em uma célebre
chamada telefônica naquela noite, De Falco disse a Schettino uma frase lembrada
até hoje, "Vada a bordo, cazzo", ou "Volte a bordo,
caralho", ordem que foi ignorada pelo comandante, depois apelidado de
"capitão covarde". Passados 10
anos da tragédia, as vidas de Schettino e De Falco seguiram caminhos diversos.
Veja onde está cada um: SchettinoHoje
com 61 anos de idade, o comandante foi considerado o único culpado pelo naufrágio
e acabou condenado pela Suprema Corte, em maio de 2017, a 16 anos e um mês de
prisão em regime fechado.Segundo a sentença, Schettino manteve o Costa
Concordia em uma rota e velocidade "totalmente inadequadas", com o
objetivo de fazer uma "saudação à ilha de Giglio", prática comum em
navios de cruzeiro.No entanto, o transatlântico se aproximou demais das rochas
e acabou tombando. De acordo com o tribunal, Schettino não observou o
"nível de diligência, prudência e perícia necessário".Além disso, os
juízes concluíram que o capitão devia ter dado o alarme no máximo às 22h, ou
seja, quando foi comunicado à cabine de controle que a zona dos motores
elétricos estava alagada. Contudo, a emergência só foi declarada por Schettino
às 22h33, quando o navio já começava a se inclinar e após diversas ligações do
comandante à Capitania dos Portos afirmando que o Costa Concordia ainda era
capaz de navegar."O atraso no aviso e na preparação dos botes salva-vidas
teve um evidente efeito" na morte de 32 pessoas, de acordo com a Suprema
Corte. Por causa do comandante, afirmaram os juízes, muitos indivíduos viveram
"experiências absolutamente dramáticas e inenarráveis".Por fim, o
tribunal ainda determinou que o capitão tinha "consciência", ao
deixar o navio, de que havia passageiros a bordo. Durante o julgamento,
Schettino negou ter fugido e chegou a chorar em uma audiência, afirmando que
uma parte de si "também morreu" na noite de 13 de janeiro de 2012.O
comandante acabou condenado a 10 anos de prisão por múltiplas lesões e
múltiplos homicídios culposos, cinco anos por naufrágio culposo, um ano por
abandono de navio e de incapazes e um mês por não ter notificado corretamente a
Capitania dos Portos.Schettino cumpre sua pena na penitenciária de Rebibbia, em
Roma.De Falco O outro personagem
daquele telefonema, Gregorio De Falco, está com 56 anos e permaneceu em seu
posto de comandante da Capitania dos Portos em Santa Margherita Ligure até setembro
de 2014, quando foi transferido para funções administrativas. Na ocasião, De
Falco reclamou da mudança e disse que estava "decepcionado" com a
decisão de seus superiores. Em janeiro de 2018, no entanto, o militar anunciou
sua candidatura ao Senado pelo partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S),
que naquela época liderava a preferência do eleitorado com um discurso de
ruptura em relação à política tradicional. De Falco acabou eleito senador pela
Toscana em março de 2018, mas sua história no M5S duraria pouco. No fim daquele
mesmo ano, ele foi expulso do partido por ter votado contra um decreto do então
ministro do Interior, Matteo Salvini, que abolia a permissão de estadia por
motivos humanitários na Itália e dificultava a atuação de ONGs de resgate no
Mar Mediterrâneo. O ex-comandante da Capitania dos Portos tem a defesa do
socorro e acolhimento de refugiados e migrantes forçados como uma de suas
principais bandeiras e acusava a gestão Salvini de criminalizar entidades
humanitárias para desviar a atenção de outros problemas do país. "Criminalizar
alguém ajuda a encontrar um objetivo em comum. É assim que se faz na guerra. Os
soldados se motivam, as tropas se motivam, o povo se motiva, se há um objetivo
em comum, que é o migrante. Tudo é culpa dele. Mas como, se são apenas 40
pessoas no mar?", disse De Falco em entrevista à ANSA em 2019.E o navio?O Costa Concordia só foi
removido da Ilha de Giglio dois anos e meio depois do acidente, graças a uma
gigantesca operação para recolocá-lo em seu eixo e fazê-lo flutuar novamente.Após
a rotação, realizada em setembro de 2013, o navio teve todas as suas partes não
essenciais removidas para deixá-lo o mais leve possível.Sua última viagem,
iniciada em 23 de julho de 2014, durou quatro dias e terminou no Porto de
Gênova, onde o transatlântico foi completamente desmontado.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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