ONG denuncia que julgamentos foram feitos a portas fechadas e que advogados de defesa independentes não estavam presentes.
A família Beirut teve o pior Natal de sua vida. Revoltados com a
prisão do primogênito Exeynt durante as manifestações em Cuba em julho, seu pai
e sua irmã começaram a protestar, sem pensar que acabariam condenados a 20 anos
de prisão em dezembro. Fredy Beirut, 64, e sua filha Katia, 36, fazem
parte do grupo de pelo menos 158 manifestantes acusados do crime de sedição,
ato de rebeldia por desrespeitar um marco legal, segundo a ONG de direitos
humanos Cubalex. Esta semana, 57 deles foram julgados nas províncias de Havana,
Holguín e Santa Clara. 'Queremos liberdade e democracia', diz cubano que vive no
Brasil O pesadelo para a família Beirut começou quando
Exeynt, de 41 anos, foi preso em 11 de julho de 2021 em Guantánamo (leste) sob
acusação de desordem pública e condenado a quatro anos de prisão. Um dia
depois, Fredy e Katia saíram para marchar perto de sua casa, conta Zoila
Rodríguez, 59, mãe desse clã. O protesto de La Güinera se tornou o mais
violento dos dias 11 e 12 de julho. Foi lá onde se registrou o único morto nas
manifestações históricas que eclodiram em cerca de 50 cidades cubanas que
gritavam "Liberdade" e "Estamos com fome". De
acordo com a Cubalex, também houve dezenas de feridos e 1.355 detidos, dos
quais 719 ainda estão presos. Mais grave é o caso de Dayron Martín
Rodríguez, que também foi detido em La Güinera e condenado a 30 anos. Dayron,
36, saiu naquela tarde para comprar ração para suas aves quando encontrou a
concentração. Ele começou a gravar para enviar o vídeo para o pai" e
ao sentir as pedras em cima dele, caiu e perdeu o telefone, conta sua mãe
Esmeralda Rodríguez, 63, que diz ter sofrido um pré-infarto quando soube do
ocorrido no Equador, onde vive há oito anos. Dayron e outras pessoas
foram acusadas de “se armar com pedras e garrafas(...) e as atirar contra
os agentes da ordem pública” para tentar chegar à delegacia da região em um
confronto que durou quatro horas. Esmeralda conta que o filho diz:
"acabaram com a minha vida, tenho 36 anos e me condenaram a
30". Para Laritza Diversent, diretora da Cubalex, “as sanções têm
sido exemplares”, considerando que cada vez mais pessoas querem se organizar
para protestar.Os casos foram marcados por violações do devido processo legal,
sem advogados de defesa independentes e com julgamentos a portas fechadas,
denuncia. “A maioria das provas que eles têm são depoimentos dos próprios
agentes do Estado que exerceram violência contra os manifestantes”, alega,
especificando que nos vídeos utilizados como não mostram as agressões por parte
dos policiais. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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