Secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que
mantém diálogo constante com talibãs pelos direitos femininos.
O secretário-geral da ONU,
António Guterres, criticou nesta segunda-feira (11) as promessas "não
cumpridas" do Talibã às mulheres e meninas afegãs, e pediu ao mundo que
injete dinheiro no Afeganistão para evitar o colapso econômico do país."Estou
especialmente preocupado ao ver que as promessas feitas às mulheres e meninas
afegãs pelos talibãs não estão sendo cumpridas", disse à imprensa. "Faço
um apelo enérgico aos talibãs para que mantenham suas promessas às mulheres e
meninas e cumpram suas obrigações em virtude dos direitos humanos
internacionais e do direito humanitário.""Não vamos abandonar" o
assunto, afirmou Guterres, destacando que a questão é abordada diariamente com
os talibãs, que não desfrutam de reconhecimento internacional, apesar de
estarem no poder no Afeganistão desde
meados de agosto. "As promessas não cumpridas levam a sonhos desfeitos das
mulheres e meninas no Afeganistão", acrescentou, lembrando que, a partir
de 2001, quando os talibãs foram derrubados do governo por uma invasão dos
Estados Unidos, "o tempo médio [das afegãs] na escola passou de seis para
dez anos".Guterres ressaltou que "80% da economia afegã é
informal, com um papel preponderante das mulheres. Sem elas, não existe a
possibilidade de a economia e a sociedade afegãs se recuperarem".Em um
momento em que os bens afegãos estão sendo congelados e os auxílios ao
desenvolvimento interrompidos, Guterres pediu "ao mundo que aja e injete
liquidez na economia afegã"."Devemos encontrar formas de dar uma nova
vida à economia" para que as pessoas sobrevivam, e "isso pode ser
feito sem violar as leis internacionais", acrescentou, referindo-se às
sanções que pesam contra Cabul.É possível transferir fundos internacionais ou
fundos afegãos bloqueados a agências da ONU ou organizações não governamentais,
que depois pagam salários aos afegãos no local, disseram funcionários do órgão
multilateral.Essa prática, com isenções bancárias autorizadas particularmente
pelos Estados Unidos, já
foi usada no passado, como, por exemplo, no Iêmen. Guterres declarou que
"a comunidade internacional está se movendo muito lentamente" para
injetar liquidez na economia afegã e destacou que "o povo afegão não pode
sofrer um castigo coletivo [pelas sanções] devido ao comportamento dos
talibãs".A crise humanitária afeta pelo menos 18 milhões de pessoas,
metade da população do país asiático.Até agora, a ajuda humanitária
internacional chegou a várias regiões do Afeganistão sem obstrução por parte
dos talibãs, e inclusive com sua "cooperação" e assistência em
"segurança", afirmou Guterres.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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