Partidos da esquerda na América Latina e também na
Europa teriam sido financiados ilegalmente por Chávez e Maduro.
O ex-chefe do Serviço Secreto da Venezuela, general Hugo Armando Carvajal, conhecido
como Pollo Carvajal, enviou uma carta de sete páginas para o juíz
espanhol Manuel García-Castellón relatando detalhes de um esquema de
financiamento de partidos de esquerda na América Latina e na Europa pelos governos
de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro. Entre os beneficiados estaria o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações foram divulgadas pelo
site espanhol Okdiario nesta semana. "O governo venezuelano
financia ilegalmente movimentos políticos de esquerda no mundo há pelo menos 15
anos, incluindo o financiamento da criação do partido político espanhol
Podemos", diz Carvajal. "Enquanto eu era diretor de Inteligência
Militar e Contrainteligência da Venezuela, recebi muitos relatórios apontando
que esse financiamento internacional estava acontecendo".Carvajal
cita como exemplos "concretos" de beneficiados pelo esquema de
financiamento: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Néstor Kirchner, na
Argentina; Evo Morales, na Bolívia; Fernando Lugo no Paraguai; Ollanta Humala,
no Peru; Zelaya em Honduras; Gustavo Petro na Colômbia; Movimento Cinco
Estrelas na Itália e o partido Podemos na Espanha. No documento de sete
páginas endereçado à justiça espanhola, ele relata em detalhes como era o envio
de dinheiro para a Espanha durante a criação do partido de esquerda Podemos.
Segundo Carvajal, os valores foram transportados para a Europa por meio de
malas diplomáticas, um sistema oficial de correspondência entre governos e o
corpo diplomático no exterior e que não podem ser violadas. Ele conta que o
dinheiro era levado por um homem de confiança do governo venezuelano da
embaixada de Cuba, em Caracas, para o Ministérios das Relações Exteriores, onde
era recebido por Williams Amaro, secretário de Maduro. Amaro seria o
responsável por enviar as quantias para a embaixada do país na Espanha por meio
de malas diplomáticas. Já em território espanhol, o dinheiro era recebido
por Ramón Gordils, vice-ministro de Cooperação Econômica da Venezuela e
presidente do Bancoex de Comércio Exterior, e entregue para Juan Carlos
Monedero, um dos fundadores do Podemos. Carvajal conta na carta que a última
vez que soube desse tipo de operação foi em 7 julho de 2017, quando Ramón
Gordils retornou a Caracas em um voo da Iberia. Ele afirma ter como
provar a existência do esquema de financiamento de partidos de esquerda pelo
governo da Venezuela. "Tenho informantes que testemunharam diferentes
estágios dessa rede. Pedi aos meus advogados que os contatassem enquanto eu
estava na prisão para perguntar se eles estariam dispostos a atestar meu
testemunho e alguns responderam sim para concordar em testemunhar perante um
juiz." Capturado na Espanha Caravajal
foi preso na Espanha em setembro acusado de envolvimento no tráfico de
drogas. Ele estava foragido desde novembro de 2019, quando vivia em Madri,
um dia antes de sua extradição para os Estados Unidos ser autorizada.“Estou há
dois anos trancado em apartamentos. Mudava a cada três meses, menos nesta
ocasião, em que fiquei oito meses no mesmo apartamento”, disse aos policiais no
momento em que estava sendo algemado.A agência antidrogas dos Estados Unidos
chegou a oferecer uma recompensa equivalente a R$ 50 milhões por informações
que levasse à prisão do ex-chefe do Serviço Secreto da Venezuela. ( Fonte R 7
Noticias Internacional)
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