Manifestação aconteceu
em Kandahar, cidade na qual novo governo do Afeganistão estaria desapropriando
moradores locais.
Milhares de pessoas foram as ruas nesta terça-feira (14)
no Afeganistão depois de terem recebido um ultimato por parte dos talibãs para
deixar as casas em que vivem em um bairro pobre da cidade de Kandahar. A
localidade é habitada por cerca de 2 mil famílias, sobretudo, comandadas por
viúvas de combatentes na guerra ocorrida no país nos
últimos 20 anos, e o grupo fundamentalista visa reocupar os
imóveis com seus integrantes. "Não nos obriguem a sair de nossas casas.
Somos pobres, não temos capacidade financeira, nem uma casa para onde ir. Há
muito tempo não temos nem comida para comer, e agora nos tomam nossas casas à
força", disse à Agência Efe Agha Gul, um dos organizadores do protesto. A
maioria dos residentes no bairro de Firqa perderam o emprego após a tomada de
poder pelos talibãs, em 15 de agosto, já que grande parte das atividades
públicas ou privadas estão paralisadas desde então. O que segue funcionando,
contudo, vem tendo dificuldade de manter os salários em dia, por causa da
profunda crise econômica que o Afeganistão atravessa. É o caso de Haroon
Agho, um professor que vive no bairro de Kandahar e que recebe um salário
mensal que equivale a 100 dólares (R$ 522,54) para sustentar a família de dez
integrantes. Ele recebeu ordem de desocupar a casa em que vive em até três
dias. O ultimato à população aconteceu enquanto a comunidade internacional
prometeu ajuda financeira ao Afeganistão, para contemplar os cerca de 5 milhões
de deslocados internos no país. "As pessoas enfrentam uma situação
catastrófica, obrigadas a deixar suas casas, privadas de serviços básicos e sob
o risco de exploração e abuso", escreveu nesta segunda-feira (13), no
Twitter, a chefe do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU,
Isabelle Moussard Carlsen. A chegada ao poder dos talibãs levou à suspensão
imediata dos fundos da comunidade internacional, que representavam cerca de 43%
do PIB do Afeganistão, de acordo com dados do Banco Mundial. Quase um mês
depois, a Conferência do Afeganistão, realizada ontem em Genebra, sob a
organização da ONU, conseguiu a promessa de mais de 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 6 bilhões) para o país asiático, superando a meta inicial estabelecida, que era de 600
milhões de dólares (aproximadamente R$ 3 bilhões).( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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