Foguete chinês sai de órbita e pode atingir regiões habitadas.
Módulo que levou parte da estação espacial da China ao espaço deve
despencar rumo à superfície em alguns dias.
Após uma decolagem bem-sucedida
na semana passada, o foguete Longa Marcha 5B que levou o módulo central
Tianhe ("Harmonia Celestial") para o espaço, na primeira
etapa de uma missão que colocará em órbita uma estação espacial da China agora preocupa autoridades do mundo todo, porque seus
destroços podem atingir regiões habitadas.O módulo de decolagem do veículo foi
deixado orbitando a Terra a cerca de 300km de altitude, mas começou a descer
cada vez mais e, segundo observadores, estaria fora de controle e já teria
descido 80km em direção à superfície. Por estar em uma grande velocidade (mais de 27,8 mil km/h, o que
o faz dar uma volta completa no planeta a cada 90 minutos), é impossível prever
sua trajetória.O foguete não terá uma queda controlada e isso pode acontecer
entre os dias 8 e 12 deste mês. Em sua trajetória, ele tem sobrevoado uma
imensa faixa de terra, que vai de Nova York, Madri e Pequim, na parte norte,
até pedaços do Chile e Wellington, na Nova Zelândia, no sul, incluindo o
território brasileiro.O jornal China Global Times afirmou que o local provável
de impacto é no oceano, em águas territoriais dos EUA, na noite do dia 8. Riscos da missão Os cientistas, no
entanto, só terão alguma ideia do ponto de queda quando restarem poucas horas e
não sabem ainda se o veículo, de mais de 21 toneladas, será destruído na
reentrada, como acontece com satélites e módulos de outras missões. "Isso
pode não terminar bem. Da última vez que lançaram um foguete Longa Marcha 5B, a
missão acabou com grandes hastes de metal danificando diversos prédios na Costa
do Marfim", explicou ao jornal britânico The Guardian o professor de
astrofísica Jonathan McDowell, da Universidade de Harvard. Daquela vez, segundo
ele, a maior parte do foguete foi consumida ao reentrar na atmosfera, "mas
esses enormes pedaços de metal atingiram o solo. Tivemos muita sorte de ninguém
ter se ferido". McDowell explicou também que, uma vez que esteja claro que
o Longa Marcha começou a cair, os cientistas poderão prever o ponto de impacto
com cerca de seis horas de antecedência. Segundo ele, a chance do módulo
atingir um dos oceanos da Terra é muito maior, já que eles correspondem a 71%
da área onde pode ocorrer o pouso. Os pedaços que sobreviverem à reentrada
poderão se espalhar por uma área de até 160 quilômetros. Desde 1990,
nenhum objeto de mais de 10 toneladas foi deixado propositalmente no espaço
para reentrar sem nenhum tipo de controle. "O pior é que é algo negligente
por parte da China. Coisas com esse tamanho não se deixa cair do céu
descontroladamente", critica McDowell.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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