Energia nuclear busca se consolidar como alternativa energética segura.
Sem emissão de gases do efeito estufa e impacto ao meio ambiente, fonte
enfrenta estigma de acidentes para se estabelecer.
No mundo todo, a preocupação
com o meio ambiente e um futuro mais sustentável e verde comanda a pauta em
2021. Com diversos países se comprometendo a reduzir a emissão de gases do
efeito estufa e encontrar formas de ajudar a preservar o meio ambiente, encontrar
fontes limpas de geração de energia é essencial. Há anos, a energia eólica e a
solar entraram como alternativas de energia verde, uma opção melhor que queima
de carvão e até energia hidrelétrica, por conta de seus impactos ambientais.
Entre as possibilidades também está a energia nuclear, que, diferentemente do
que é associado no imaginário coletivo, pode ser bastante segura. A energia
nuclear é produzida a partir do calor da fissão do núcleo de um átomo de urânio
enriquecido. Diferentemente das outras formas de produção de energia, a
radiação pode ser usada para mais de uma aplicação, como na indústria e na
medicina.No entanto, acidentes com usinas como as de Chernobyl (na antiga União
Soviética, hoje Ucrânia), há 35 anos, e a de Fukushima (Japão), há 10 anos,
ajudaram a criar no imaginário popular a noção de que é uma fonte
essencialmente perigosa. Especialistas alertam que, apesar do risco de
acidentes sempre existir, a possibilidade é muito pequena.Hoje em dia, a
tecnologia no setor permite que novos reatores, cada vez mais seguros, sejam
desenvolvidos e entrem em operação em breve. Além disso, há diversos protocolos
e medidas de segurança que impedem que acidentes de grandes proporções
aconteçam. Produção de energia limpa Diferente de outras formas de produção de energia, a energia
nuclear não gera gases do efeito estufa, diz a professora de Engenharia Nuclear
da Politécnica-UFRJ, Inaya Lima. Apesar do menor impacto ao meio ambiente, o
professor de Engenharia Nuclear da UFRJ, Aquilino Senra, diz que “nessa área
não tem santo, todas as energias são pecadoras. De alguma forma, todas afetam o
meio ambiente”. "A energia nuclear é feita para ser segura, mas acidentes
acontecem. Não há risco zero. Com 440 usinas ao redor do mundo, só aconteceram
3 acidentes de larga escala, então a gente considera que a probabilidade é
muito baixa", afirma ele.Para a instalação de uma usina eólica, é
necessário um terreno grande para implementar as hélices e turbinas. Usinas
solares também precisam de grandes espaços para conseguir espalhar o máximo de
painéis solares possíveis. Para montar uma usina hidrelétrica, barragens
precisam ser construídas, áreas alagadas e as instalações são grandes. Usinas
nucleares não são tão grandes e o impacto direto com o meio ambiente é pequeno.
Segundo Senra, os maiores perigos da usina são na eventualidade um acidente,
mas “em condições normais de operação, é uma usina ambientalmente segura, não
emite gases do efeito estufa e a radiação é controlada dentro da usina”. Quebrando o estigma Com dois acidentes de
grandes proporções em Chernobyl e Fukushima e o uso bélico — especialmente as
bombas norte-americanas detonadas sobre Hiroshima e Nagazaki, além de um imenso
arsenal existente no mundo —, a energia nuclear se tornou perigosa no inconsciente
coletivo. Enquanto milhares de pessoas acreditam que é perigoso se ter uma
usina nuclear e os riscos da radiação, os benefícios ficam esquecidos. O Brasil
já possui uma usina nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que é
responsável por uma pequena parcela da energia no estado e em São Paulo.
Segundo a professora Inaya Lima, a usina é segura e a empresa tem diversos
projetos para a comunidade do entorno da unidade e preocupação com o meio
ambiente. “O que o público conhece da energia nuclear vem dos grandes
acidentes”, explica Inaya. “O estigma do perigo tem que ser diminuído”. Para os
especialistas, a melhor forma para quebrar o medo da população sobre energia
nuclear é com informação sobre os avanços na área, a chance pequena de grandes
acidentes e os benefícios de se investir nessa forma de produção de energia. “O
crescimento econômico de um país é diretamente proporcional à energia. Como nós
queremos crescer, precisamos de energia. E não dá para colocar todos os ovos no
mesmo cesto, tem que ter uma diversificação na produção de energia”, analisa
Senra.No país, a energia hidrelétrica é responsável por cerca de 60% da energia
gerada, mas há projetos para a criação de mais usinas nucleares no futuro. (
Fonte R 7 Noticias Internacionais)
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