ONU: Mais de 950 mil pessoas
enfrentam fome severa no norte de Moçambique.
Agência pretende apoiar 750 mil deslocados nas
comunidades de acolhimento; crianças são mais afetadas.
O Programa Mundial
de Alimentos disse que a crise na província de Cabo Delgado, em
Moçambique, está se agravando, à medida que milhares de pessoas fogem
da violência e estão à beira da fome. O conflito entre
tropas do governo e extremistas agravou a insegurança alimentar no norte do
país, onde mais de 950 mil pessoas passam fome
severa. O PMA aumentou sua resposta e deve
apoiar 750 mil deslocados internos e membros das comunidades de
acolhimento em Cabo Delgado, Nampula,
Niassa e Zambézia. Os ataques de 24 de março, na cidade
de Palma, afetaram 50 mil pessoas. Muitos fugiram para Pemba,
a capital da província, enfrentando jornadas perigosas em mares
revoltos. . O PMA diz que atua sem parar para
garantir o acesso aos mais necessitados. A agência usa barcos para
chegar a áreas remotas, nas ilhas costeiras
vizinhas. Em comunicado, a diretora nacional do
PMA no país, Antonella Daprile, disse que “as pessoas se
espalharam em muitas direções diferentes desde os recentes ataques.” Segundo
ela, “os sobreviventes ficam traumatizados” ao serem obrigados
a fugir somente com a roupa do corpo. Muitas famílias
foram separadas. Ela contou o caso de uma jovem
mãe, que caminhando com as duas filhas por três dias sem
comida ou água e sem saber se a família tinha escapado
com vida. Chuvas Na última semana, a região foi afetada por fortes chuvas,
agravando a situação. O PMA lembra que a temporada de
ciclones continua sendo uma ameaça. As crianças são as mais
afetadas pela insegurança alimentar, com um aumento preocupante da
desnutrição. Segundo uma pesquisa recente do PMA com o Unicef (Fundo da
ONU para a Infância), quase 21% das crianças deslocadas com menos de
5 anos e 18% das crianças nas comunidades de acolhimento estão
abaixo do peso. Ao mesmo tempo, as taxas de desnutrição
crônica, que tem consequências ao longo da vida, atingiram
níveis alarmantes, afetando 50% das crianças deslocadas e 41% dos meninos e
meninas das comunidades anfitriãs. Resposta O PMA organiza distribuições
emergenciais de alimentos para as famílias que fugiram da
violência em Palma. A agência fornece biscoitos
energéticos e rações alimentares com arroz, leguminosas, óleo
vegetal, alimentos enlatados como sardinha e feijão, biscoitos e água. Mais
tarde, as pessoas serão incluídas no programa regular
mensal de assistência
alimentar, que pretende chegar a 50 mil deslocados de
Palma. O PMA precisa de US$ 82 milhões para
responder à crise e fome na região norte de Moçambique, com
apoio aos mais vulneráveis, principalmente mulheres e crianças. (
Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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