Em Mianmar, ativistas retomam
protestos após conversas com Asean.
Em cúpula na Indonésia, general que lidera junta
militar desde o golpe de 1º de fevereiro prometeu “fim da crise”.
Protestos anti-golpe voltaram
às ruas de diversas cidades de Mianmar neste domingo (25), dia seguinte ao
acordo selado entre os militares birmaneses e a comitiva da Asean (Associação
das Nações do Sudeste Asiático). Na cúpula no sábado em Jacarta, na Indonésia,
o general Min Aung Hlaing prometeu
o fim da violência após o golpe de 1º de fevereiro.Conforme o jornal
australiano “The Camberra
Times”, ativistas pedem que a população deixe de pagar as contas de
eletricidade e empréstimos agrícolas e não mande seus filhos para a escola.
Ativistas criticaram o acordo ao alegar que a cúpula legitimava o golpe e Min
como chefe de Estado de Mianmar.O ceticismo da oposição coincide com a resposta
violenta dos militares do país, que já mataram mais de
700 civis desde que Aung San Suu Kyi e
outros líderes políticos foram presos e impedidos de assumir seus postos,
conquistados após eleição democrática. A crise em Mianmar ensejou
inédita pressão da Asean, que tem como princípio fundamental não interferir nos
assuntos internos de seus dez países-membros. Na reunião, porém, o
primeiro-ministro da Malásia,
Muhyiddin Yassin, defendeu que a política de não interferência não deve valer
se uma situação colocar em risco “a segurança da Asean e de toda a região”,
registrou a Associated Press.“A
situação em Mianmar é inaceitável”, disse o presidente indonésio Joko Widodo.
“A violência deve ser interrompida e a democracia e estabilidade devolvidas”.
Após duas horas de negociação, os líderes concordaram que o diálogo para cessar
a crise deve começar imediatamente com a ajuda de enviados do bloco.
Condições Uma das condições levantadas pela Asean
é que o diálogo político só comece após a libertação dos presos políticos.
Em entrevista coletiva, Muhyiddin anunciou que Min concordou com a cúpula. “Ele
concordou que a violência deve parar. O general não rejeitou nossas propostas,
o que é encorajador”, disse, ao destacar que a Asean não tratou Min como chefe
de Estado. Mais tarde, porém, uma declaração formal do bloco delimitou demandas
aos militares birmaneses em “termos sutis”. A Asean pede o fim imediato da
violência em Mianmar e exorta as partes a exercerem o “máximo
de contenção”. Não há qualquer menção oficial à exigência pela libertação dos
presos políticos. Enquanto isso, a junta militar de
Mianmar, que não se pronunciou, adiou o julgamento de Suu Kyi
novamente. Conforme o jornal honconguês “South China
Morning Post”, os advogados receberam o comunicado de adiamento
nesta segunda (26). A líder política reconhecida com o Nobel da Paz em 1991
deverá permanecer em prisão domiciliar até 10 de maio. A equipe de defesa não
pôde visitar Suu Kyi nas 12 semanas desde a sua detenção.Além de Mianmar, a
Asean reúne Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Cingapura,
Tailândia e Vietnã.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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