Vírus são desafios milenares na 'guerra' com humanos.
A própria
essência parasita dos vírus remete a uma ideia de "anti vida", muito
antes do surgimento da atual pandemia da covid-19.
Entre pântanos, florestas de samambaia e répteis, a vida na Terra ainda se iniciava e os vírus já existiam. Tiveram origem, ainda que isso continue suscitando debates, provavelmente ao mesmo tempo que os seres mais primitivos. Ou pouco depois. E quando o Homem surgiu, os vírus já estavam entre nós. "Os vírus fazem parte da natureza, são microrganismos que representam um grupo extremamente importante de patógenos dentro da nosologia humana", afirma a infectologista Silvia Regina Julian, especialista com título da Sociedade Brasileira de Infectologia. Nosologia é a ciência que trabalha com a definição das patologias. A história humana, portanto, pode ser considerada uma série de superação de pandemias. Muito antes da atual quando, apesar dos recursos tecnológicos, a vacina contra a covid-19 ainda não foi implementada. Vírus e modernidade, desde os primórdios, têm uma forte relação. A própria essência parasita do vírus remete a uma ideia de "anti vida". Qual a função, afinal, deste elemento cuja estrutura básica é composta somente de dois componentes, um ácido nucléico (DNA ou RNA) e um envoltório feito de proteínas? Alguns também têm um envoltório, denominado envelope, feito de gordura e fósforo.A função, neste caso, é criar vida em função de outro organismo. Mesmo com códigos genéticos próprios (DNA e RNA), o vírus depende de outro corpo para se manifestar. Colocar o seu próprio código genético e se reproduzir. Ainda há um debate sobre a condição dos vírus. Muitos acreditam que, por não possuírem células em sua composição, o que os impossibilita de sobreviver sem um hospedeiro, eles não podem ser considerados seres vivos. A modernidade impacta quando, a cada mudança de era, os seres humanos costumam ser infectados por vírus. "Na realidade, pouco se conhecia dos vírus. Durante muitas décadas, as doenças causadas por vírus foram relegadas a um papel secundário em relação às doenças causadas por outros patógenos. Isto se deveu, em grande parte, ao fato dos vírus requererem estrutura laboratorial mais complexa para o diagnóstico", observa a dra. Silvia. Existem vírus que são permanentes, mas muito menos agressivos, como os da herpes, que entraram em contato com ancestrais de humanos há mais de 80 milhões de anos. Todas as pessoas estão infectadas por um tipo de vírus da herpes, mas a grande maioria desenvolveu uma tolerância que evita maiores prejuízos. A própria palavra vírus sofreu mutações. Na época do Império Romano, tinha o significado de "veneno", no latim. Esquecida por um tempo, voltou a ser usada a partir do século 16 no Norte da Inglaterra, para identificar os germes "venenosos" que infectavam humanos. Mas o tom restrito do termo ganhou amplitude quando o cientista holandês Martinus Beijerinck, em 1898, passou a usar a denominação para doenças misteriosas causadas por este microrganismo. Tido como o "Pai da Virologia", Beijerinck chegou à definição de vírus ao estudar a doença do mosaico do tabaco, percebendo que esta tinha como causa um organismo menor do que a bactéria. Futuras gerações A tendência parasitária dos vírus, porém, intriga os cientistas, por tais microrganismos não serem totalmente "anti vida". Apesar de todo o caráter destrutivo. Os vírus têm a característica de modificar o próprio material genético para se reproduzirem, muitas vezes desafiando o material genético do ser humano. Para se defender, leva um tempo até que o organismo humano produza anticorpos que, possivelmente, estarão presentes em gerações futuras. Neste sentido, o vilão do momento, está contribuindo para uma imunidade nas décadas seguintes, segundo muitos especialistas. O homem atual, com isso, é reflexo de uma série de vírus que atuaram na história. Nem por isso, tentar derrotá-lo deixa de ser extremamente necessário. A própria Ciência tem essa função, sempre em busca de uma vacina que também contribuirá para uma melhor qualidade de vida. Já nesta geração. Nesta guerra entre humanos e os vírus, são os parasitas que acabam sendo usados como um instrumento para a própria evolução da vida. "Ao longo da história, houve necessidade do desenvolvimento de técnicas de cultivo celular, de microscopia eletrônica e de biologia molecular para que se documentasse a presença de vírus", completa a dra. Silvia. Por tal linha de raciocínio, o combate a eles, assim, passa a ser encarado como um desafio indispensável e permanente. Não só para o futuro, mas também no presente.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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