Grupo faz protesto contra a prisão do cacique Tserere,
líder indígena; diversos veículos foram incendiados.
Manifestantes tentaram invadir a sede da
Polícia Federal nesta segunda-feira (12), na Asa Norte, bairro da região
central de Brasília. O ato foi organizado em protesto à prisão do cacique José
Acácio Tserere Xavante, um líder indígena que questiona o resultado das
eleições deste ano. Por volta de 20h40, os manifestantes começaram a
atear fogo aos carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte. Diversos veículos
foram incendiados. Hóspedes não conseguiram chegar aos hotéis na região e
aguardaram em um shopping a situação se normalizar. Um carro da
Defesa Civil e alguns ônibus também foram depredados. Os passageiros de um dos
veículos foram obrigados a sair pelos manifestantes, que colocaram foto no
coletivo. Comerciantes das proximidades fecharam estabelecimentos em
meio à confusão perto da sede da PF, que acontece perto dos prédios do portal
Metrópoles e da TV Globo. Os protestos foram registrados em outros locais
da capital, como próximo ao shopping Conjunto Nacional. A Polícia Militar do DF
reforçou a segurança no hotel onde estão hospedados o presidente eleito, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB),
que fica próximo à Torre de TV, ponto turístico conhecido da capital federal. Ao R7,
o governador do DF,
Ibaneis Rocha (MDB), disse que mandou reforçar a segurança na
região. Segundo o agente, os manifestantes agiram em bandos e atacando em
locais diferentes para dificultar ação das forças de segurança. A 5ª Delegacia de Polícia, que fica a cerca
de 800 metros
da sede da Polícia Federal, foi fechada, e o registro de ocorrências foi
suspenso. Os agentes acionaram a Divisão de Operações Especiais para proteger a
unidade, que só pode ser acessada mediante autorização do delegado. Pedras e estilingue Os manifestantes
quebraram as janelas de diversos carros com pedras. Um grupo continua perto da
sede da PF mesmo com a chegada da polícia, que reagiu com balas de borracha e
bombas de gás lacrimogêneo. A via que vai da Asa Sul rumo à L2 Norte, em frente
ao Brasília Shopping, está fechada por conta do protesto. Manifestantes tentam jogar um ônibus de um viaduto no
Eixo Monumental: Um servidor público que estava no Brasília
Shopping teve o carro atingido por pedradas. Ele pediu para não ser
identificado e disse que o sentimento é de revolta. "Cheguei um pouco
antes de a manifestação começar. Não tinha como imaginar que ia começar o protesto",
desabafou. Ele disse que o prejuízo é de pelo menos R$ 3 mil e que comprou o
veículo há um mês. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres,
afirmou que a situação dos protestos em Brasília está se
"normalizando" em postagem nas redes sociais às 23h08 desta
segunda-feira (12). Torres disse que, desde o início das manifestações, a pasta
manteve contato com a Secretária de Segurança do DF. "Tudo será apurado e
esclarecido", escreveu. Em
nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informou
"que as forças de segurança reforçaram a atuação, em toda área central do
capital, para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais
incêndios. As ações começaram em frente ao edifício-sede da Polícia Federal
(PF), em decorrência do cumprimento de mandado de prisão, e se estenderam para
outros locais da região central"."Como medida preventiva, o trânsito
de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras
vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após
avaliação de equipe técnica. A recomendação dos órgãos de trânsito é a de que
os motoristas evitem o centro da cidade. Destacamos, por fim, que as imediações
do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância
reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do
Distrito Federal", disse o texto, divulgado às 22h30. Motivação A pedido da
Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), determinou a prisão temporária de José Acácio Tserere
Xavante, pelo prazo inicial de dez dias, pela suposta prática de condutas
ilícitas em atos antidemocráticos.Segundo a Polícia Federal, Tserere Xavante
teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de
Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de
Brasília (onde invadiram a área de embarque), no Park Shopping, na Esplanada
dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em
outros momentos) e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o
vice-presidente da República eleitos.A PGR afirmou que Tserere "vem se
utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar
indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e
perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do
STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso."Para o ministro Alexandre
de Moraes, "a restrição da liberdade do investigado, com a decretação da
prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da
investigação”, afirmou em nota do STF.Por volta das 23h, a PF informou que
"o preso encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades
relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação,
resguardando-se a integridade física e moral do detido"."Distúrbios
verificados nas imediações do edifício-sede da Polícia Federal estão sendo
contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal
(PMDF, CBMDF e PCDF)", dizia o texto da corporação. ( Fonte R 7
Noticias Brasília)
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