Cerca
de 440 sepulturas foram cavadas na floresta, que também serviu como zona de
combate entre militares russos e ucranianos.
Policiais,
militares e desativadores de minas ucranianos estavam ocupados nesta
sexta-feira (16) no meio de uma floresta na entrada da cidade de Izium. Após a
partida dos russos, uma vala comum de soldados ucranianos e centenas de
sepulturas foram encontradasNa estrada principal de Izium a Kharkiv, no
nordeste da Ucrânia, uma pequena trilha de terra leva a uma floresta de
pinheiros com solo arenoso. À direita da trilha, 100 metros dentro da
floresta, segundo jornalistas da AFP, dois homens (de túnica branca) cavaram
delicadamente a areia no fundo de uma sepultura, que tinha uma cruz e a
inscrição: 'Exército ucraniano 17 pessoas. Izium, do necrotério'. Depois,
eles encontram um primeiro cadáver, que exumaram e colocaram em um saco
plástico branco. Outros corpos apareceram depois, espalhando um forte cheiro de
putrefação. Ao redor da sepultura, há centenas de jazigos com cruzes
enumeradas, algumas delas com nome e data. As datas, sem dúvida da morte
das pessoas enterradas, vão desde o início de março, quando a cidade ainda
estava sob controle ucraniano, até o início de setembro. A maioria das
cruzes sem nome é feita de madeira bruta, e aquelas com nome são feitas de
madeira envernizada ou pintada, às vezes adornada com flores. Numa delas, foi
colocado um pequeno copo em homenagem ao falecido, provavelmente identificado
pela família. Segundo Oleg Kotenko, funcionário do governo responsável
pela busca de desaparecidos, 'há uma família enterrada lá, com uma criança.
Eles foram mortos. Há testemunhas no mesmo prédio que viram o que aconteceu e
enterraram as pessoas aqui'. Pelo menos um corpo, que tinha as mãos
amarradas com uma corda, foi exumado nesta sexta-feira, conforme apurou um
repórter da AFP. Naquele momento, não foi possível apurar se era um civil ou um
militar, porque o corpo estava muito deteriorado, segundo o jornalista. De
acordo com Kotenko, 'os túmulos sem nome são de pessoas [encontradas] na
rua'. No total, disse ele, a floresta abriga mais de 440 sepulturas,
cavadas durante os combates na tomada da cidade pelas forças russas, em março,
e durante a ocupação russa, que terminou na madrugada de sábado para domingo
passado. Ao redor dos jazigos, várias equipes de desminagem buscavam,
por meio de detectores de metal portáteis, eventuais minas ou artefatos explosivos,
não muito longe do cemitério mais antigo. Também eram visíveis trincheiras
e posições para os tanques, cavadas na areia da floresta, que sem dúvida deve
ter sido ocupada por soldados de ambos os lados durante os combates. É
no fundo de uma dessas posições destinadas aos tanques, um buraco de 4 m x 7 m,
que estão a vala comum e os soldados enterrados. 'Achamos que há 16 ou 17
corpos. Vamos exumar agora para uma autópsia em Kharkiv, onde serão feitos
testes de DNA', revelou Kotenko. Segundo ele, essa descoberta foi feita
graças a um vídeo publicado nas redes sociais. Um homem, carregando uma
bandeira russa, diz nas imagens: 'Devemos levar os corpos dos soldados
ucranianos para o necrotério e enterrá-los, já que a Ucrânia não os quer'.
'As negociações com as autoridades ucranianas não funcionaram, elas se
recusaram a levar os corpos, por isso nós os enterramos no cemitério da
cidade', acrescenta o homem no vídeo. Outra gravação mostra corpos de soldados
embrulhados em sacos de cadáveres e levados do necrotério.( Fonte R 7
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