Vibra cobra R$ 8,999 por litro do combustível aditivado
em quatro postos e R$ 8,599 pelo produto comum em dois estabelecimentos.
Os postos de combustíveis com a gasolina mais cara do Brasil têm
a bandeira Vibra em
comum. A marca, que assumiu o controle da BR Distribuidora
após a privatização, conta com mais de 8.000
estabelecimentos que mantêm a antiga identidade visual e o
símbolo "BR" em seus letreiros.De acordo com o último relatório semanal da ANP (Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o valor de R$ 8,999 é o
mais alto cobrado pelo litro do combustível aditivado no país. As cobranças são
feitas para os motoristas em postos localizados nos bairros da Santa Cecília
(3) e de Higienópolis (1), na capital paulista, e na cidade do Guarujá
(1), no litoral de São Paulo. Nos cinco estabelecimentos, o simples ato de
encher um tanque de 58
litros, como o da Fiat Strada, carro mais vendido do
Brasil no mês de março, sai por nada menos do que R$ 521.94, valor que
corresponde a 43% do salário mínimo atual, de R$ 1.212. Chama ainda atenção o fato de que o valor
de venda do combustível aditivado pela Vibra em alguns dos postos chega a ser
20% superior ao praticado em estabelecimento bandeirados presentes no mesmo
bairro.Em um dos casos, um posto de bandeira Vibra situado na av. Angélica, no
bairro da Santa Cecilia (SP), cobra um valor 21,6% maior em relação a uma
unidade da Ipiranga localizada no mesmo logradouro, a apenas 270 metros de distância,
onde a gasolina aditivada custa R$ 7,399 por litro. No caso da gasolina comum,
cujo preço médio do litro alcançou R$ 7,270 na semana passada, o
maior nível desde 2013, o valor máximo encontrado pela ANP
foi de R$ 8,599. Os dois estabelecimentos com tal cobrança também estão na
cidade de São Paulo e têm a bandeira da Vibra.Carla Ferreira, pesquisadora do
Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo), explica que o
"fatiamento" da Petrobras com a privatização das refinarias e da
distribuição vai em sentido oposto ao das grandes petroleiras no
mundo. Para ela, o movimento tira do mercado uma referência estatal na
composição de preço dos combustíveis no Brasil."A BR funcionava como uma
espécie de balizadora do mercado de combustíveis e conseguia ser um ator de
referência para marcar preço e ganhava também na quantidade vendida. [...] Com
isso, ela forçava os outros players privados a estabelecer também preços mais baixos",
diz a pesquisadora ao citar a participação da antiga BR no mercado de
combustíveis. De acordo com Carla, a saída da Petrobras do campo de
distribuição faz com que três empresas privadas detenham quase dois terços da
venda da gasolina. "Se três companhias dominam 60% do mercado, a gente tem
estabelecido um oligopólio privado e a referência de preço fica muito mais
alta", diz a pesquisadora do Ineep.Ao citar o caso específico das
refinarias, Carla destaca que a privatização dos grupos torna a concorrência
muito baixa. Ela recorda que a Refinaria de Mataripe, na Bahia,
vendida pela Petrobras ao fundo de investimento árabe Mubadala, já comercializa a gasolina a um preço
maior do que o da Petrobras. "Antes do último
reajuste, a gente observou que os preços médios dos combustíveis na Bahia
lideravam as altas no relatório da ANP", afirma Carla.Em nota encaminhada
ao R7,
a Vibra afirma que os postos revendedores são empresas distintas e que "a
precificação é livre nos diversos mercados e cada revendedor tem níveis de
formação de custo dos produtos e de competitividade diferentes, levando a uma
diferenciação nos preços praticados nas bombas em todo Brasil"."A
empresa ressalta também que preza pelas melhores práticas comerciais em seus
negócios e que a composição do preço do combustível sofre influência de
diversos fatores, como o local do posto de combustíveis, a modalidade de
transporte para a entrega e a concorrência na região, entre outros",
completa o texto.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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