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sábado, 15 de janeiro de 2022

VIDANEWS - Salvem o etanol

 

Os brasileiros não podem culpar, tão somente, a crise internacional, ou, a covid-19 pela situação de penúria em que vive grande parte da população nacional.

 O desemprego, a falta de dinheiro e o crescente endividamento de pessoas físicas e jurídicas têm outras justificativas menos simplórias. E, um desses motivos é, sem dúvidas, o descontrole econômico/financeiro que tem como pilares a questão logística, a malversação dos recursos públicos e, principalmente, a falta de uma economia mais planejada no sentido macro. Como “o Brasil é um país sobre rodas”, seria desnecessário dizer que o custo do transporte é o que mais pesa na balança econômica nacional. Se o transporte for caro, o produto final, também, o será, proporcionalmente. E, por certo, o custo do transporte estará, diretamente, atrelado aos valores cobrados pelos combustíveis, mais pontualmente, a gasolina, o diesel e o etanol. É sabido de todos que, embora se apregoe aos quatro ventos, o Brasil, ainda, não é autossuficiente na produção de petróleo. Compramos muito dos produtores internacionais, principalmente americanos e árabes. E, compramos em dólar. Somos escravos da moeda norteamericana até nisso. Se o petróleo sobe no mercado internacional, os reflexos são imediatos no Brasil. Mas, a grande surpresa é que, embora se trate de um produto importado, a gasolina não seria, a princípio, o elemento complicador dos reajustes nos preços dos transportes neste País. Este elemento é por demais conhecido dos brasileiros, até porque, é um produto nacional. Falamos do etanol, ou, o álcool hidratado. Para nossa surpresa, os combustíveis ficaram entre os principais vilões da inflação no ano passado. E, na liderança, com a maior alta de preços entre todos os itens pesquisados pelo IBGE, aparece o etanol, que ficou 62,23% mais caro. Já, a gasolina subiu 47,49%, enquanto que o óleo diesel teve alta de 46,04%. Com isso, os combustíveis para veículos subiram, em média, 49,02% no ano passado. Foram eles, por sinal, os principais responsáveis pela alta média de 21,03% nos custos com transportes em 2021. O Proálcool, criado como a “salvação da lavoura” quando da crise internacional do petróleo nos anos 80, de há muito, deixou de ser um orgulho nacional. Isto porque, a cada dia que passa, os preços do etanol se aproximam, mais, dos preços da gasolina. A indústria automobilística que correu na frente e produziu motores movidos a álcool (ou etanol) já não faz a mesma coisa. Tem optado pelos motores flex, certamente, por não confiar na exclusividade do combustível originário da cana de açúcar. Desta forma, ou o Governo muda a política de combustíveis para tornar o etanol mais competitivo e mais buscado, ou, a tendência é que ele desapareça aos poucos. Do jeito que está, com certeza pode-se afirmar se trata de uma tragédia anunciada. A venda direta do produto da usina para os donos de postos, projeto em andamento, é apontada como uma das soluções. Tomara que seja.( Fonte Jornal Contexto Noticias Brasil GO)

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