O ministro não deixou claro se vai mudar a recomendação
da vacinação para doses do mesmo fabricante, como pede a Anvisa.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu, nesta
quinta-feira (25), que a pasta diverge da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) quanto à orientação do esquema para a dose de reforço, mas
não sinalizou que acatará a recomendação da reguladora. A última nota técnica
do ministério
prevê a estratégia utilizando o modelo heterólogo, ou seja,
aplicando um imunizante diferente daquele utilizado no esquema vacinal
primário.A decisão vai de encontro à recomendação feita pela Anvisa, que
orientou não misturar as vacinas, exceto no caso da CoronaVac. Ressaltando o
papel da agência de servir como "grande fortaleza no enfrentamento à
pandemia da Covid-19", Queiroga comentou a divergência, que definiu ser de
"natureza técnica"."Na minha opinião, em nada prejudica os rumos
da campanha de vacinação." Por outro lado, o ministro reiterou que,
havendo a necessidade de fazer adequações, "nós todos aqui saberemos tomar
as melhores decisões". A fala ocorreu durante a 11ª Reunião Ordinária da
Comissão Intergestores Tripartite. Como cabe ao Ministério da Saúde
decidir sobre a estratégia vacinal, continua valendo a nota técnica liberada
aos estados e municípios pela pasta. No documento, a orientação é pela
aplicação da dose de reforço preferencialmente com a Pfizer, para quem recebeu
as duas doses da AstraZeneca ou da CoronaVac, após cinco meses do esquema
primário completo. A Anvisa, no entanto, optou pela continuidade da
vacinação homóloga (com a mesma desenvolvedora), já que este modelo permitiria
um maior controle e monitoramento, visto que cabe às farmacêuticas
produzir dados e estudos quando em consonância com o próprio pedido junto à
Anvisa. A Pfizer, a AstraZeneca e a Janssen entraram com pedido de alteração da
bula, prevendo a dose de reforço homóloga. Apenas
a primeira teve a autorização já concedida. Com isso, o ministro
da Saúde adiantou que, quem recebeu a vacina de RNA, como é o caso da Pfizer, a
recomendação será por continuar o reforço com a mesma plataforma. "A
orientação foi que essas vacinas fossem feitas, preferencialmente, com um
imunizante diferente do utilizado para a imunização primária, com excessão das
vacinações de RNA que seriam, preferencialmente, com o mesmo imunizante",
disse Queiroga. No caso da CoronaVac, não há divergências. Isso porque a
Anvisa também recomendou a adoção do modelo heterólogo, preferencialmente com o
reforço da Pfizer. "É claro que ainda não há um posicionamento sólido
a cerca dessa questão da vacinação heteróloga, até porque tudo em relação à
vacinação contra a covid-19 é recente, tem menos de um ano, e as evidências
estão sendo construídas", admitiu o ministro. ( Fonte R 7 Noticias
Brasil)
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