ONU: Conselho de Segurança
discute avanço da violência na África.
Membros discutiram os conflitos e a
recuperação pós-pandemia em meio a falta de vacinas à Covid-19 na África.
África teve cerca de 1,7% de vacinados contra a Covid-19 em relação
ao total global. De 1,4 bilhão de doses administradas em todo o mundo,
apenas 24 milhões chegaram à região. Em seu discurso do Conselho de
Segurança, António Guterres realçou
que a distribuição equitativa e sustentável de vacinas em todo o mundo é a
via mais rápida para uma recuperação veloz e justa. Ele
defende a partilha de doses, a remoção de restrições de exportação, o aumento
da produção local e o financiamento total do Acelerador ACT, como parte da iniciativa Covax. Cabo
Delgado O chefe das Nações Unidas
lembrou ainda que a organização apoia o esforço global
coordenado sobre vacinas e medidas para aliviar a dívida
que ameaça a recuperação em muitos países de baixa e média renda, especialmente
na África. Guterres mencionou o conflito em Cabo
Delgado, em Moçambique, como uma das situações nas
quais se observa o agravamento da violência de grupos extremistas,
num continente onde também ressurgem conflitos. Tal como na África
Ocidental e Central atuam grupos associados à Al-Qaeda e
ao EI (Estado Islâmico) cometendo atos hediondos contra civis que agravam os
desafios para sociedades e governos. Para Guterres, estas situações
são “trágicos lembretes da grave ameaça” destes atos. Um
dos exemplos é a crescente insegurança causada pelas Forças
Democráticas Aliadas no leste da República
Democrática do Congo. Consequências O chefe da ONU acredita que as tensões são agravadas pelas
severas consequências econômicas da pandemia. A crise já empurrou mais
cerca de 114 milhões de pessoas para a pobreza extrema no mundo. No
continente africano, o crescimento econômico desacelerou e as atuais
previsões apontam para cerca de 3,4% em 2021, em comparação com 6% em
nível global. A região enfrenta ainda uma baixa de
remessas e um aumento de dívidas. O
secretário-geral alertou que sob pretexto de combate à crise, alguns governos
restringiram os processos democráticos e o espaço cívico. A pandemia aumentou
ainda a retórica divisionista, o discurso de ódio, a incitação à violência e a desinformação que
pioraram as divisões e minaram ainda mais a confiança.
Oportunidades O líder da ONU
pede atenção para jovens e mulheres como grupos que mais têm sofrido o
mais severo impacto da crise. Eles perdem oportunidades de educação,
emprego e renda, além de sofrer com a piora das desigualdades de gênero já
existentes. Entre os fatores de risco para a estabilidade em
África estão pobreza,
insegurança alimentar, degradação ambiental, urbanização e pressões
demográficas. A crise climática é mais um multiplicador da crise. Guterres
destacou a importância da região africana nos esforços globais de
recuperação. Ele também realçou que a ONU conta com o apoio do Conselho de
Segurança para atuar nesse sentido. 9 Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
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