Acidente mais letal da aviação da França matou 228 pessoas, 58 delas
eram passageiros brasileiros.
Quase 14 anos após o acidente do voo
Rio-Paris que provocou as mortes de 228 pessoas, em
2009, um tribunal de Paris anunciará sua decisão nesta segunda-feira (17)
contra a Airbus e a Air France, processadas por homicídios culposos. O tribunal
deve iniciar a leitura da decisão a partir das 13h30 (8h30 de Brasília), que
determinará se a fabricante europeia de aviões e a companhia aérea francesa
cometeram crimes, ou não, relacionados com o acidente. As duas empresas podem
receber multas de 225.000 euros (1,14 milhão de reais, na cotação atual). Em
2022, durante o julgamento do caso, a Airbus negou
responsabilidade pelo acidente. - Áudio da cabine mostra desespero dos pilotos do avião
antes da queda Em 1º de junho de 2009, o voo AF447,
que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no meio da noite no
Oceano Atlântico, algumas horas após a decolagem. Os 216 passageiros e 12
tripulantes a bordo morreram na tragédia. Viajavam no A330 com registro F-GZCP
pessoas de 33 nacionalidades: 61 franceses, 58 brasileiros e 28 alemães, além
de italianos (9), espanhóis (2) e um argentino. Este foi o acidente mais letal
da história da aviação comercial francesa. LONGA INVESTIGAÇÃO Após um processo longo,
marcado por por opiniões conflitantes dos magistrados, a expectativa é intensa
pelo veredicto. No final do processo, que aconteceu de 10 de outubro a 8 de
dezembro, o Ministério Público pediu a absolvição das duas empresas, por
considerar que é "impossível demonstrar" sua culpabilidade. Esta foi
uma requisição "que as partes civis não aceitaram, (pois) aponta
exclusivamente contra os pilotos e a favor de duas multinacionais",
criticou Danièle Lamy, presidente da associação Entraide et Solidarité AF447
(Cooperação e Solidariedade AF447), que representa os parentes das vítimas. "O
que nós esperamos, o que nós aguardamos, é que o tribunal, enfim, pronuncie uma
decisão imparcial e condene a Airbus e a Air France, as culpadas das
negligências e das infrações. É por isso que nós temos batalhado há
praticamente 14 anos", declarou. Durante todo o julgamento, os
representantes da Airbus e da Air France alegaram que as empresas não cometeram
nenhum crime. Os advogados pediram a absolvição, uma "decisão humanamente
difícil, mas técnica e juridicamente justificada", segundo a direção da
Airbus. Os primeiros fragmentos do AF447, assim como os corpos, foram
encontrados nos dias que se seguiram ao acidente. Mas o avião foi localizado
apenas dois anos depois, após longas buscas, em meio ao relevo submarino, a
3.900 metros de profundidade. As caixas-pretas confirmaram o ponto de partida
do acidente: o congelamento das sondas de velocidade Pitot, enquanto o avião
estava em voo de cruzeiro, em uma zona com condições meteorológicas adversas
denominada Zona de Convergência Intertropical, perto do Equador. Desestabilizado
pelas consequências desta pane, um dos pilotos adotou uma trajetória ascendente
e, sem compreender o que se passava, os três navegadores não conseguiram
recuperar o controle da aeronave, que se precipitou e caiu no oceano apenas 4
minutos e 23 segundos depois. As investigações demonstraram que incidentes
similares com sondas se multiplicaram nos meses que antecederam o acidente. A
Air France teria treinado e informado suficientemente suas tripulações? A
Airbus teria subestimado a gravidade do problema e alertado as companhias de
forma insuficiente? Estas perguntas foram debatidas minuciosamente durante os dois
meses do processo. O tribunal ouviu especialistas, policiais, pilotos,
autoridades do controle de tráfego aéreo e parentes das vítimas. Os juízes
tentaram entender as reações da tripulação na cabine de comando, assim como o
perigo, naquele momento, das diferentes sondas Pitot. Depois da catástrofe, o
modelo instalado da sonda que era usado na aeronave Airbus que fazia a rota
AF447 foi substituído no mundo inteiro. A tragédia, que marcou a comunidade dos
pilotos, levou a outras modificações técnicas e a uma formação reforçada sobre
estol (perda de sustentação) e o estresse das tripulações Embora os juízes de
instrução tenham arquivado o caso em 2019, as famílias das vítimas e os
sindicatos de pilotos apresentaram recurso e, em maio de 2021, a justiça determinou
o julgamento das duas empresas homicídios culposos.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário