Parte
mais polêmica da reforma estipula que mulheres trabalhem até os 65 anos para
receber aposentadoria integral.
Os suíços aprovaram, por uma
pequena margem, o controverso plano de reforma previdenciária do governo, que
aumenta a idade de aposentadoria para as mulheres, segundo estimativas.Logo
após o encerramento do voto ao meio-dia (7h00 de Brasília), o pesquisador
gfs.bern afirmou que o plano de reforma da previdência foi aprovado com 51% dos
votos. Depois de duas tentativas anteriores, em 2004 e 2017, Berna teria assim
votos suficientes para "estabilizar" o sistema previdenciário, em
risco pelo aumento da expectativa de vida e pela enorme geração baby boomer
chegando à idade de aposentadoria.A parte mais polêmica da reforma estipula que
as mulheres trabalhem até os 65 anos para receber aposentadoria integral, em
vez de permitir que saiam um ano antes dos homens, como acontece atualmente.As
medidas, que incluem também o aumento do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado),
foram aprovadas no ano passado pelo Parlamento, mas partidos de esquerda e
sindicatos criticaram que a reforma seria feita "às custas das
mulheres". É por isso que levaram a questão a um referendo sob o sistema
suíço de democracia direta. Disparidade salarialOs
defensores da reforma argumentam que é razoável estabelecer a mesma idade de
aposentadoria para homens e mulheres, mas a medida gerou rejeição,
principalmente entre as mulheres.Os opositores argumentam que as mulheres
enfrentam discriminação e disparidade salarial na Suíça, resultando em pensões
mais baixas do que as dos homens.E salientam que é injusto aumentar a idade da
reforma sem antes resolver estas questões.Em 2020, as mulheres na Suíça
receberam, em média, pensões quase 35% mais baixas do que os homens, de acordo
com o Ministério da Economia.O resultado da votação “é doloroso para a esquerda
e para os sindicatos, mas sobretudo para as pessoas afetadas”, disse Samuel
Bendahan, conselheiro nacional do PS, na televisão pública RTS. Pecuária
intensiva Por outro lado, a iniciativa de banir a pecuária intensiva,
erradicando as explorações industriais neste país ainda predominantemente rural,
embora a agricultura tenha um peso relativamente pequeno na riqueza nacional,
foi rejeitada, com 63% de votos contra.As organizações de defesa dos animais
que pressionaram a medida queriam dar proteção constitucional a animais de
criação, como vacas, galinhas e porcos."Acreditamos que a criação de
animais é uma das questões que definem nosso tempo", disse em seu site o
grupo de bem-estar animal Sentience, que lançou a iniciativa.A proposta,
apoiada por partidos de esquerda e organizações ambientalistas como o
Greenpeace, buscava impor requisitos mínimos para o cuidado dos animais, seu
acesso ao exterior e práticas de abate.Os regulamentos também se aplicariam à
importação de produtos de origem animal.O governo e o Parlamento rejeitaram a
iniciativa, insistindo que a Suíça já possui uma das leis de bem-estar animal
mais rígidas do mundo.Pela lei atual, as fazendas não podem ter mais de 1.500
porcos de engorda, 27.000 frangos de abate ou 300 bezerros, o que as impediria
de ter fazendas industriais como as de outros países.Berna havia alertado que o
aperto dessas regras causaria um forte aumento nos preços e a cláusula de
importação afetaria as relações com seus parceiros comerciais.Tais argumentos
parecem ter convencido um número crescente de suíços.Os suíços também votaram
sobre questões regionais, incluindo uma do cantão de Berna para reduzir a idade
de voto de 18 para 16 anos.Muitas pessoas votam cedo nas consultas populares
que a Suíça realiza regularmente, e as urnas ficam abertas por algumas horas no
dia da votação.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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