De
acordo com Fundação SOS Mata Atlântica, mancha foi de 85 quilômetros para 122
quilômetros nos 55 pontos de medição.
O rio Tietê sofreu avanço na
sujeira de suas águas entre 2021 e 2022. A mancha de poluição aumentou mais de
40% em um ano, passando de 85 quilômetros para 122 quilômetros nos 55 pontos de
medição em sua bacia, de acordo com monitoramento da Fundação SOS Mata
Atlântica. No mesmo período, a extensão da água de boa qualidade despencou de
124 quilômetros no ano passado para 60 na atual medição.Entre os motivos da
perda de qualidade da água estão a transferência de sedimentos contaminados
acumulados no reservatório de Pirapora do Bom Jesus para o Médio Tietê. De
acordo com o relatório Observando o Tietê 2022, esses sedimentos com altas
cargas de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) carregam remanescentes de
esgotos e de fontes difusas de poluição, como lixo, defensivos agrícolas,
fuligem de carros, entre outros. Gustavo Veronesi, coordenador da SOS Mata
Atlântica, diz que a retomada da atividade econômica após dois anos da pandemia
de Covid-19 também entra na conta, mas não pode ser vista como a única
responsável por esse aumento. "Mesmo na pandemia, as pessoas continuaram
gerando esgoto doméstico, as produções agrícolas continuaram acontecendo, mas,
sim, ter mais pessoas na rua gerando poluição difusa que acaba indo para o rio
contribui para o avanço da poluição", afirma. Em 2021, a pandemia
ainda prejudicou a medição, feita por grupos voluntários ao longo da bacia do
Tietê. "Antes da pandemia, tínhamos mais de cem grupos nas bacias do alto
e médio Tietê e que agora estão voltando", diz Veronesi.O monitoramento foi
realizado por 35 grupos voluntários da SOS Mata Atlântica, entre setembro de
2021 e agosto de 2022, ao longo de 576 quilômetros do rio, desde a nascente, em
Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita. O Tietê
se estende por 1.100 km de sua nascente à foz, no rio Paraná. "Esse
resultado vem de pontos representativos", afirma Veronesi. O relatório
divulgado nesta quinta-feira, quando é celebrado o Dia do Rio Tietê, faz parte
do projeto Observando os Rios, que conta com o apoio da Ypê. Dos 55 pontos de
coleta, 34 estão situados ao longo do rio principal.Melhora Em três
deles foi constatada melhora na qualidade da água, todos na chamada região
Tietê Cabeceira. Em cinco pontos houve piora: no trecho do Tietê entre Botucatu
e Barra Bonita, a água passou de boa para regular e, em Laranjal Paulista, de
regular para ruim. Em Santana de Parnaíba a classificação da qualidade foi
péssima. Em Anhembi, Barra Bonita, Mogi das Cruzes, Pirapora do Bom Jesus,
Salto e Tietê, os índices se mantiveram regulares. Em Guarulhos,
Itaquaquecetuba e Suzano, na Grande São Paulo, ruins.Segundo Veronesi, quando
se compara o dado atual com o que já foi a poluição do rio nos anos 90 a
situação agora é bem melhor, mas nem por isso o retrato mais recente deve deixar
de ser considerado preocupante. "Se a gente considerar todos os rios da
bacia houve uma certa estabilidade. A piora mesmo foi no Tietê em si", diz
o coordenador do SOS Mata Atlântica. "Há 20 anos, essa mancha de poluição
era de mais de 500 km e foi regredindo, mas é triste ver que aumentou de 85 km
para 122 km em um ano." De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e
Meio Ambiente, durante a pandemia a medição foi prejudicada em razão da
diminuição dos pontos e da frequência das análises. Em nota, a pasta do governo
do Estado afirma que "outros estudos sobre a queda da poluição difusa na
Grande São Paulo durante a quarentena, entre os quais os do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Cetesb, também mostram que não é possível
comparar períodos atípicos."( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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