Presidente também compara a política de paridade de preço internacional, adotada pela Petrobras, a uma caixa-preta.
Em Manaus (AM), o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu que há
um risco real de desabastecimento de diesel no
país, e que isso pode levar ao racionamento do combustível. "Nós
precisamos de refino. Se o mundo subir muito o preço dos combustíveis, não
destilar lá fora, não refinar, pode faltar, não só para nós, para o mundo
todo", disse. Bolsonaro também explicou o motivo de o Brasil comprar
combustíveis no mercado externo: "Temos que importar gasolina e diesel
porque não temos capacidade de refino". A entrevista foi gravada no sábado
(28), durante a viagem à capital do Amazonas, e foi ao ar nesta segunda (30), no
programa Alerta
Nacional, da RedeTV!. O presidente foi a Manaus para participar de
um evento religioso. Bolsonaro afirma que, mesmo sem novas importações, ainda
há estoque de combustível suficiente para garantir 40 dias de
abastecimento. Entretanto, ele diz não descartar a hipótese de fazer uma
campanha para incentivar a economia de diesel no caso de a crise se agravar.
A possibilidade de faltar diesel no Brasil
veio a público no início da semana passada, quando um ofício com alerta foi
enviado pela Petrobras ao Ministério de Minas e Energia. Menos reajustes Na mesma entrevista, o
presidente disse que o governo trabalha para reduzir a frequência dos reajustes nos combustíveis,
sugerindo que não sejam mais feitos automaticamente, de acordo com a política
de preços da Petrobras. "Trocamos o ministro de Minas e Energia e
agora estamos buscando trocar o presidente da Petrobras. O que nós estamos
sabendo é uma caixa-preta, muitas vezes. Você não tem informações. O tal do
PPI, paridade de preço internacional, nós queremos saber a mecânica
disso", declarou. O PPI (preço de paridade de importação) é uma política,
adotada pela estatal, que leva em conta a variação do dólar e do barril de
petróleo no mercado internacional para definir os preços que serão cobrados
pelos combustíveis internamente. "Isso foi feito no início do
governo Temer. Toda vez que sobe lá fora, sobe aqui dentro. E, pelo que parece,
pelo estatuto da Petrobras, essa paridade de preço internacional não precisa
ser reajustada automaticamente, ela tem um espaço de até um ano. E, no final do
ano, você faz uma conta de chegada, tendo em vista o lucro da Petrobras, com a
parte que vai para o governo federal", disse.Por causa da guerra na
Ucrânia, o comando da Petrobras vai tentar segurar os reajustes de combustíveis
e permitir uma maior "previsibilidade" de preços. A ideia de
Bolsonaro é reduzir a frequência dos reajustes, já que o impacto da inflação
preocupa o comitê de sua campanha à reeleição.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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