Três homens brancos perseguiram e mataram o jovem negro
que corria em uma rua na Geórgia em fevereiro de 2020.
Três americanos brancos foram condenados à prisão perpétua nesta
sexta-feira (7) por terem perseguido e matado o jovem negro Ahmaud Arbery, por
suspeitarem de que se tratava de um ladrão.O crime aconteceu em 2020, no estado
da Geórgia. Travis McMichael, 35, autor dos disparos fatais, e seu pai, Gregory
McMichael, 66, foram condenados à prisão perpétua sem possibilidade de
libertação antecipada. O vizinho deles, William Bryan, 52, que participou da
perseguição filmando-a, recebeu a mesma pena, mas poderá pedir liberdade
condicional após 30 anos de prisão. Ahmaud Arbery havia saído "para correr
e acabou correndo para salvar a vida", declarou o juiz Timothy Walmsley ao
proferir a sentença, na cidade de Brunswick. Os três homens foram condenados
por homicídio em 24 de novembro, após debates marcados pela questão do racismo
e do direito à legítima defesa.Diante do juiz, a família de Arbery havia
exigido na manhã desta sexta-feira a "pena máxima". Eles
"miraram no meu filho porque não o queriam na vizinhança", afirmou a
mãe da vítima, Wanda Cooper-Jones. Já os advogados dos três homens pleitearam
pela última vez um ato não intencional, que não merecia a prisão até a morte.Crime em vídeoNo julgamento, foram exibidos vídeos nos quais
os homens armados perseguiam Arbery enquanto ele corria pela vizinhança por
suspeitarem, sem provas, que ele fosse um ladrão.Os vídeos, filmados por Bryan,
mostram Arbery tentando evitá-los e, em seguida, Travis McMichael atirando nele
com uma espingarda.As imagens foram inicialmente mantidas em segredo pela
polícia local. Passaram-se meses até que os McMichaels e Bryan fossem presos, o
que aconteceu depois que as imagens vazaram online, gerando uma onda de
indignação nacional. Um promotor local, Jackie Johnson, foi acusado de violar
seu juramento e obstruir a investigação da morte de Arbery.Durante o
julgamento, os réus disseram que suspeitavam de que Arbery fosse um ladrão e
invocaram uma lei estadual desde então revogada que permitia que os cidadãos
fizessem prisões.Mas os promotores disseram que não havia justificativa para
tentar prender Arbery e que nunca lhe disseram que queriam prendê-lo enquanto
praticava esportes no bairro de Satilla Shores em uma tarde de domingo.Arbery
"estava tentando se livrar desses estranhos que gritavam com ele,
ameaçando matá-lo", disse a promotora Linda Dunikoski ao tribunal. "E
então eles o mataram." E acrescentou: "Este não é o Velho
Oeste".Ben Crump, advogado do pai de Arbery, chamou os três homens de
"gangue de linchamento".Depois que o veredicto foi lido, em 24 de
novembro, o governador da Geórgia, Brian Kemp, republicano, afirmou que Arbery
foi "vítima de uma vigilância de rua incoerente na Geórgia" e pediu
"cura e reconciliação".O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,
disse em novembro que o assassinato de Arbery "é uma lembrança devastadora
de quão longe temos que ir na luta por justiça racial neste país".( Fonte
R 7 Noticias Internacional)
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