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sábado, 27 de março de 2021

VIDA NOTICIAS- ARTIGO CRECENTE PODER CRESCENTE DO MERCADO

 

ARTIGO: O crescente poder do mercado é uma ameaça à recuperação?.

Economistas do FMI debatem como garantir crescimento no pós-crise com uma regulação eficiente do mercado.

A crise atingiu mais duramente as pequenas e médias empresas, causando enormes perdas de emprego e outras consequências econômicas. Entre estas — não tão perceptível, mas também grave — está o crescente poder de mercado das empresas dominantes à medida que emergem ainda mais fortes da crise e os concorrentes de menor porte ficam para trás. Com base na experiência e em estudos do FMI, sabemos que a concentração excessiva de poder de mercado nas mãos de umas poucas empresas pode prejudicar o crescimento a médio prazo, asfixiando a inovação e retardando o investimento. Esse desfecho poderia enfraquecer a recuperação após a crise causada pela Covid-19 e bloquearia a ascensão de muitas empresas emergentes num momento em que seu dinamismo é extremamente necessário. Criar condições mais equitativas é hoje mais importante do que nunca. E os governos precisarão assegurar essas condições numa ampla gama de setores — de destilarias e hospitais até o mundo digital. Um novo estudo do FMI mostra um movimento ascendente entre os principais indicadores do poder de mercado: as margens de preço (ou markups) em relação ao custo marginal ou a concentração de receitas entre os quatro maiores participantes de um setor. Estimamos que, devido à pandemia, essa concentração poderia aumentar nas economias avançadas pelo menos tanto quanto nos primeiro quinze anos deste século. Mesmo nos setores que se beneficiaram da crise, como o setor digital, os participantes dominantes estão entre os maiores ganhadores. Uma tendência de décadas prestes a se agravar? O aumento do poder de mercado em múltiplos setores decorrente da pandemia agravaria uma tendência que remonta a mais de quatro décadas. Por exemplo, as margens de preços mundiais aumentaram mais de 30%, em média, entre as empresas listadas em bolsa nas economias avançadas desde 1980. E, nos últimos 20 anos, o aumento das margens no setor digital tem sido duas vezes maior do que no conjunto da economia. É claro que, historicamente, lucros altos têm sido a recompensa natural das empresas bem-sucedidas que, graças à inovação, eficiência e melhor serviço, desbancaram concorrentes já estabelecidos. Pense em como a Ikea transformou a forma como compramos móveis, ou como a Apple mudou o mercado de telefones celulares. Recentemente, porém, vemos sinais crescentes em muitos setores de que o poder de mercado está se consolidando devido à ausência de concorrentes fortes para as empresas dominantes. Em diversos setores, estimamos que as empresas com as maiores margens de preço num determinado ano (decil superior) têm uma probabilidade de quase 85% de manter essas margens elevadas no ano seguinte — cerca de 10 pontos percentuais a mais do que durante o período da “Nova Economia” dos anos 1990. As grandes empresas de tecnologia são um exemplo claro: as que causaram uma ruptura nos mercados há duas décadas e desbancaram concorrentes já estabelecidos se tornaram cada vez mais dominantes e hoje não enfrentam a mesma pressão de novos concorrentes disruptivos. Os efeitos relacionados à pandemia estão amplificando forças subjacentes poderosas, como os efeitos de rede e economias de escala e de escopo. O papel das fusões e aquisições Em múltiplos setores, observamos uma tendência de queda do dinamismo empresarial. Pense num jovem fabricante que não consegue ir além de seu mercado local ou numa startup de varejo que não pode competir com os preços de um grande rival que vende temporariamente abaixo do custo para barrar novos concorrentes. Perdem-se oportunidades em termos de crescimento, geração de empregos e aumento da renda. Nosso estudo mostra como algumas empresas detêm o poder sobre os salários nos mercados de trabalho, pagando aos trabalhadores menos do que justifica a sua produtividade marginal. Um fator que contribui para essas tendências é o aumento do número de fusões e aquisições, sobretudo por empresas dominantes. Embora possam resultar na redução de custos e melhoria dos produtos, as fusões e aquisições também podem enfraquecer os incentivos à inovação e fortalecer a capacidade de uma empresa de cobrar preços mais altos.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)

 

 

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