Tratava-se, segundo o Departamento de Justiça, de
uma das mais sofisticadas armas de espionagem eletrónica da FSB, a sucessora do
KGB.
ODepartamento
de Justiça dos Estados Unidos anunciou esta terça-feira que desativou um
"sofisticado" sistema de espionagem utilizado há duas décadas pela
secreta russa, a FSB -- a herdeira do KGB soviética --, em 50 países, incluindo
um aliado da NATO. A FSB tinha inserido com sucesso o programa malicioso Snake
ou Ouroboros em sistemas informáticos de todo o mundo, focando em redes
governamentais, sistemas de pesquisa e jornalistas, segundo as autoridades
americanas. Numa operação que demorou anos, o FBI conseguiu derrotar o Snake ao
inserir-lhe o seu próprio código de computador e fazê-lo emitir comandos que
fizeram com que o software malicioso se reescrevesse, levando à sua
neutralização, explicou o Departamento de Justiça.
"Através de uma operação de alta tecnologia, que voltou este programa
malicioso russo contra si mesmo, as autoridades americanas neutralizaram uma
das ferramentas de ciberespionagem russas mais sofisticadas", afirmou a
vice-secretária de Justiça, Lisa Monaco, num comunicado. Os
especialistas em segurança da informação conhecem o malware há pelo menos uma
década, e a Cisa, a agência de defesa cibernética dos EUA, afirmou que a FSB
começou a desenvolvê-lo em 2003. Segundo a Cisa, o Snake é "a ferramenta
de espionagem cibernética mais sofisticada no arsenal da FSB",
particularmente sigilosa, extremamente difícil de detetar nos sistemas
informáticos e no tráfego de rede. Além disso, tinha "surpreendentemente
poucos erros dada a sua complexidade", apontou a agência. Esses aspetos
permitiram que a FSB trabalhasse sem ser detetada durante anos através de redes
em expansão e acedesse a computadores com documentos confidenciais. Em pelo
menos um caso, o Snake foi inserido nos sistemas de um país da NATO -- que não
foi identificado -- permitindo que os serviços secretos russos acedesses e
filtrassem documentos confidenciais de relações internacionais e comunicações
diplomáticas, informou a Cisa. "A eficácia deste tipo de inserção de
espionagem cibernética depende completamente de sua discrição a longo
prazo", acrescentou.( Fonte Diário de Noticias Internacional)
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