Preços do setor responsável por 70% do PIB ganharam ritmo ao subir 0,85% em maio, de acordo com o IBGE.
Na contramão da inflação oficial aos consumidores no Brasil, que perdeu força nos últimos dois meses, os preços do setor de serviços fecharam maio com uma variação maior do que a apurada em abril.De acordo com dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a inflação do setor responsável por 70% do PIB (Produto Interno Bruto) foi de 0,85% em maio, ante alta de 0,66% registrada no mês anterior.No período, contribuíram para a alta os avanços significativos das passagens aéreas (+18,33%), das mudanças (+4,27%), da TV por assinatura (+4%), do seguro voluntário de veículos (+3,49%) e do despachante (+3,34%).O movimento impediu uma desaceleração ainda maior do índice oficial de inflação, que saiu de uma alta de 1,06% em abril para subir 0,47% no mês de maio. Com a variação, a inflação acumulada para o período de 12 meses perdeu fôlego pela primeira vez em um ano ao atingir 11,73%.A aceleração do índice específico do setor de serviços é resultado do processo de reabertura após o fim das medidas restritivas, afirma a chefe de economia da Rico, Rachel de Sá. “A inflação de serviços vinha muito mais fraca desde o início de 2021 porque as pessoas mudaram seus comportamentos durante a pandemia e trocaram o consumo de serviços pelo de bens”, diz. O movimento também tem deixado o BC (Banco Central) em alerta. No último RTI (Relatório Trimestral de Inflação), divulgado na quinta-feira (30), o BC avalia que o processo de normalização de alguns setores de serviços em diversos países emergentes “deve contribuir para manter pressão sobre os índices de inflação”.Para a autoridade monetária, o movimento contribuiu para a surpresa negativa dos índices de preços. “Os recentes choques levaram a um substancial aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis, enquanto a inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta. As medidas de inflação subjacente subiram e seguem em patamar acima do compatível com o cumprimento da meta, indicando persistência do processo inflacionário”, destaca o documento.Rachel de Sá ressalta que os preços mais altos do setor surgem com uma procura que ficou represada durante a pandemia. “Ninguém corta o cabelo duas vezes por não ter cortado antes, mas existem muitos outros serviços que ficaram represados, como os relacionados a viagens e, principalmente, os prestados às famílias, que os estão retomando agora”, explica ao relatar que a retomada influenciou na inflação.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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