Regina Célia
Oliveira afirmou à CPI da Covid, no Senado, que pagamento estava condicionado à
entrega e aprovação pela Anvisa.
A servidora do Ministério da
Saúde Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos responsável por
autorizar a importação da vacina indiana Covaxin, negou nesta terça-feira (6) à CPI da
Covid que tenha sido negociado pagamento antecipado
pela vacina Covaxin. O imunizante é o mais caro entre os negociados pelo
governo federal, e o contrato de R$ 1,6 bilhão é investigado pela comissão e
pelo MPF (Ministério Público Federal) por supostas irregularidades. A compra
foi suspensa pelo
governo. A servidora foi citada à CPI
por Luis Ricardo Miranda, que é chefe da divisão de importação no Departamento
de Logística do Ministério da Saúde. Ele e seu irmão, o deputado federal Luis
Miranda (DEM-DF), denunciaram pressões para
liberar a aquisição da Covaxin. O pedido de pagamento antecipado seria um dos
pontos questionáveis da negociação, segundo o deputado. A informação foi negada
por Regina Célia Oliveira. Ela afirmou que o pagamento estaria condicionado à
entrega do imunizante e à aprovação do uso pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária). "No depoimento do senhor Luis Miranda foi
dito que se faria um pagamento antecipado. A cláusula [prevista no contrato] é muito
expressa no que diz respeito à entrega do produto, onde diz que o pagamento só
seria feito após o a entrega e aprovação integral pela anvisa para uso
emergencial e temporário ou registro definitivo. Essa aprovação da Anvisa
sequer aconteceu", disse. Os irmãos Miranda apontaram ainda outras
possíveis irregularidades na compra. A fatura gerada para a compra trazia
número menor de doses do que o combinado e o nome de uma empresa intermediária
que não constava no contrato, afirmaram os irmãos. Regina Célia afirmou nesta
terça que aprovou a redução do número de doses da primeira parcela - 3 milhões,
em vez das 4 milhões negociadas inicialmente. A mudança ocorreu à pedido da
empresa por restrições sanitárias na Índia, segundo a servidora. O pagamento,
no entanto, seria feito considerando apenas as 3 milhões, segundo a servidora.
O contrato prevê uma entrega global de 20 milhões de doses. Regina Célia conta
ainda que não aprovou o pagamento à empresa Madison, com sede em Singapura, que
apareceu na nota fiscal da primeira remessa. Bolsonaro
O deputado Luis Miranda afirma que relatou o caso ao presidente Jair
Bolsonaro, em março. Segundo Miranda, Bolsonaro teria demonstrado conhecimento
das pressões em favor da Covaxin e afirmado que a negociação era
"coisa" do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na
Câmara e do grupo de parlamentares conhecido como Centrão. Barros era ministro
da Saúde quando Regina Célia foi nomeada, em 2018, para uma função na
Secretaria de Vigilância em Saúde, onde está lotada hoje.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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