ONU: Escritório para Direitos
Humanos vê risco de ‘conflito total’ em Mianmar.
Mais de 80 pessoas foram mortas no
final de semana e cerca de três mil seguem detidas em conflito de Mianmar.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle
Bachelet, pediu que os Estados-membros tomem medidas
imediatas e decisivas para pressionar a liderança
militar de Mianmar. “Devemos interromper a repressão
e o massacre de seu povo”, disse. Bachelet falou em mais
um “derramamento de sangue coordenado em muitas partes do país”,
incluindo a morte de pelo menos 82 pessoas em Bago, no domingo
(11). “Os militares aparentam querer intensificar sua política
impiedosa de violência contra o povo de Mianmar, usando armamento de nível
militar e indiscriminado”, pontuou. Segundo Bachelet, “existem ecos
claros da Síria em 2011”,
com protestos pacíficos recebendo força desnecessária e
desproporcional. . Segundo ela, a repressão brutal e
persistente do Estado levou alguns indivíduos a pegar armas. Além disso, há uma
espiral decrescente e em rápida expansão de violência em todo o país.“Os
últimos dez anos mostraram como as consequências foram terríveis para
milhões de civis”, apontou. Segundo Bachelet, a situação em Mianmar caminha
para um “conflito total”. “Os Estados não devem permitir que os erros mortais
do passado na Síria e
em outros lugares se repitam”.Violência Relatos já apontam que as forças de segurança em Mianmar,
conhecidas como Tatmadaw, usaram granadas
e morteiros em Bago, no sul do país, numa ofensiva a civis no fim de
semana. Os militares ainda impediram que os feridos fossem
socorridos, e cobraram das famílias uma “multa” de cerca de US$ 90
para liberar os corpos. Os confrontos entre militares e grupos armados
étnicos também se intensificaram em vários locais nos estados
de Kachin, Shan e Kayin, que têm sido bombardeados
pelos militares. Pelo menos 3.080
pessoas foram detidas e 23 condenadas à morte em
julgamentos secretos. Entre eles estão quatro manifestantes e 19 acusados
de crimes políticos e outros delitos no conflito de Mianmar.Muitos
jornalistas, ativistas e figuras públicas estão sendo
procurados pela polícia simplesmente
por se expressam na internet. Os militares cortaram os
serviços de banda larga e dados móveis indefinidamente em 2 de abril. Desde
então, a grande maioria das pessoas sem acesso a
fontes importantes de informação e comunicação. Crise Ao mesmo tempo, a economia, a educação e a infraestrutura de
saúde do país estão à beira do colapso e milhões de pessoas sem meios
de subsistência, serviços básicos e, cada vez mais, em insegurança
alimentar. Milhares de migrantes saíram dos centros urbanos
para voltar ao interior do país. Com os tumultos, foi suspenso o
combate à Covid-19. A alta
comissária da ONU pediu aos militares
e aos países vizinhos que facilitem acesso
humanitário e proteção. Para ela, declarações de condenação e
sanções limitadas já provaram ser insuficientes para combater esta
crise. Bachelet afirma que “os Estados com influência precisam
aplicar urgentemente uma pressão coordenada sobre os militares para impedir a
prática de graves violações dos direitos humanos e possíveis crimes contra a
humanidade.” ( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário