Ataque cibernético ligado à
Rússia atinge 38 parlamentares da Alemanha.
Hackers usaram técnica de phishing
via email para atingir legisladores dos partidos aliados à chanceler Angela
Merkel.
Um
relatório da revista alemã “Der Spiegel” aponta
que 38 parlamentares da Alemanha –
sete membros do Bundestag, o Parlamento local, e 31 representantes estaduais –
estão entre os afetados por um ataque cibernético vinculado a hackers da
Rússia. A invasão faria parte da campanha “Ghostwriter”,
supostamente ligada ao GRU (Serviço
de Inteligência Militar da Rússia). O alvo eram políticos do SPD (Partido
Social Democrata) e CDU (União Democrática Cristã) – sigla da chanceler Angela Merkel.
Os hackers teriam usado emails de phishing –
mensagens falsas criadas para parecer legítimas e enganar as vítimas. Outros
dezenas de ativistas alemães também teriam sido afetados pelo ataque. Ainda não
está claro se houve vazamento de
dados. Em janeiro, hackers tentaram interromper um encontro que
elegeria as novas lideranças do CDU. Os ataques sobrecarregaram o servidor do
site do partido até que entrasse em colapso e interrompesse a transmissão do
evento. A maioria vinha do vinha do exterior, apontou uma investigação. A UE (União Europeia)
já impôs sanções a altos funcionários da inteligência russa após um ataque que
violou dados do Bundestag em 2015. O alvo era Angela Merkel. As relações entre Moscou e Berlim estão
em declínio após o envenenamento do opositor ao Kremlin, Alexei Navalny em
agosto de 2020. Merkel afirmou que reconsideraria o projeto do megagasoduto Nord Stream 2 caso
a Rússia não investigasse o caso, pelo qual aliados de Navalny acusam Vladimir Putin.
O
que é a ‘Ghostwriter’ Apurações da FireEye,
empresa norte-americana especializada em inteligência cibernética, apontam que
a campanha Ghostwriter estaria em andamento desde 2017. Além dos parlamentares
da Alemanha, os ataques visam sobretudo figuras públicas de Lituânia, Letônia e
Polônia e espalham conteúdo anti-Otan (Organização
do Tratado Atlântico Norte). No relatório, a empresa afirma que as mensagens da
campanha estão “alinhadas com os interesses da segurança da Rússia”. A campanha
costuma espalhar desinformação em contas de email e sites falsos.
Artigos de notícias e documentos atribuídos a autoridades públicas são
construídos para parecerem reais. Um exemplo é a disseminação da notícia falsa de
que soldados alemães em missão da Otan estariam profanando um cemitério judeu e
teriam atropelado uma criança com um tanque, em 2018. Moscou nega as acusações.(
Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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