‘Águas do Nilo são intocáveis’, diz líder do Egito, em nova disputa com a Etiópia.
Cairo ameaçou ‘instabilidade
regional’ caso a Etiópia siga enchendo barragem sem um acordo com o Egito e o
Sudão..
O
presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, afirmou nesta terça
(30) que as águas do Nilo são “intocáveis” – um aviso direto à Etiópia, que
mantém a construção da Barragem da Renascença no principal
afluente do rio. A afirmação abre um novo capítulo no impasse das negociações
sobre a barragem entre os países da Bacia do Nilo, que também inclui o Sudão.
Em entrevista coletiva, Al-Sisi alertou sobre a “instabilidade regional” caso a Barragem da Renascença passe a operar sem
um acordo legal entre os países. “Ninguém pode tirar uma gota d’água do Egito.
Quem quiser experimentar, deixe-o tentar”, ameaçou o presidente egípcio em
registro da agência catari Al-Jazeera. O governo em Adis Abeba não foi
citado diretamente, mas comentário é o mais forte de um oficial do país sobre
as negociações. O projeto, situado no oeste da Etiópia, é tema de controvérsia desde que Adis Abeba
iniciou o projeto de US$ 4 bilhões, em 2011. Com as negociações atravancadas, o
governo etíope começou a encher a barragem de forma unilateral em
julho do ano passado. Al-Sisi afirmou que o Egito priorizará o diálogo para
resolver o impasse. Cairo busca um acordo com base nas leis e normas
internacionais que regem os rios transfronteiriços e deve levar novas
proposições à próxima rodada de negociações, nas próximas semanas. O presidente
egípcio não deu detalhes sobre a data ou a mediação do acordo. Reivindicações Os governos do Egito e do Sudão entendem que a Etiópia
não deve dar início ao enchimento da barragem sem antes chegarem a um consenso. O enchimento do reservatório, de 74 bilhões de metros cúbicos,
afeta diretamente o meio ambiente e a já escassa oferta de água às populações
egípcia e sudanesa. Para o Egito, que depende do Nilo para cerca de 97% de sua
irrigação e água potável, vê a barragem como uma ameaça
existencial. Já o Sudão teria as próprias barragens
comprometidas caso a Etiópia prossiga com o abastecimento. A questão energética
também afeta os países. O Nilo é o rio mais longo do mundo e garante água e
eletricidade aos dez países que atravessa. A barragem garantiria acesso a
energia hidrelétrica a mais de 110 milhões de habitantes – processo que
transformaria a Etiópia no principal exportador de energia da África.( Fonte A Referencia
Noticias Internacional)
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