Um menino de dois anos foi retirado dos escombros com vida, mas morreu
pouco depois, na ambulância, a caminho do hospital.
Onze pessoas, incluindo um menino
de dois anos, morreram na sexta-feira (14) em um bombardeio do exército russo
contra um prédio de apartamentos da cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia,
mostra um novo balanço das autoridades ucranianas, divulgado neste sábado (15).
"O número de vítimas do bombardeio aumentou para onze",
disse, na televisão, Veronika Bajal, porta-voz do serviço de emergência da
Ucrânia para a região leste de Donetsk. O saldo anterior era de nove mortos e
21 feridos. Entre os mortos está um menino de dois anos que foi retirado com
vida dos escombros, mas morreu pouco depois, na ambulância, falou a assessora
do presidente Volodimir Zelensky, Daria Zarivna. Sloviansk está localizada na
parte da região de Donetsk, cidade que está sob controle ucraniano, 45 km a
noroeste de Bakhmut, perto da zona ocupada pela Rússia. Na sexta-feira, mesmo
dia do ataque, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um projeto de lei
que vai facilitar o ingresso de jovens no exército. Segundo a Ucrânia, a cidade
foi atacada por sete mísseis, que danificaram cinco prédios, cinco casas, uma
escola e um prédio administrativo. Zelensky acusou a Rússia de "bombardear
brutalmente" edifícios residenciais. A procuradoria de Donetsk anunciou o
início de uma investigação no âmbito de um processo-crime por violação das leis
e costumes de guerra, que começou há mais de treze meses, com a invasão russa. "De
acordo com informações preliminares, os ocupantes [russos] usaram um sistema de
mísseis antiaéreos S-300 contra a população civil", disse o procurador. Em choque "Eu moro do outro lado da
rua e estava cochilando quando ouvi uma grande explosão. Saí correndo do meu
apartamento", disse Larisa, uma mulher de 59 anos, à AFP, acrescentando
que o impacto quebrou janelas e jogou fragmentos de vidro por toda a sua casa.O
bombardeio deste prédio em Sloviansk ocorre no momento em que a Rússia afirma
ter avançado um pouco mais nas periferias norte e sul de Bakhmut, no leste da
Ucrânia, o epicentro da batalha mais longa desde o início da invasão russa."As
unidades de assalto de Wagner avançaram com sucesso, capturando dois
quarteirões na periferia norte e sul da cidade", disse o Ministério da
Defesa da Rússia.O grupo paramilitar Wagner está na linha de frente da batalha,
apoiado por artilharia do exército e paraquedistas.Segundo o ministério russo,
as tropas ucranianas estão "recuando deliberadamente e destruindo a
infraestrutura da cidade e os edifícios residenciais para retardar o
avanço" das forças russas. A Ucrânia prometeu continuar defendendo
Bakhmut. Mas no terreno, fontes ucranianas perto da cidade admitiram à AFP que
as forças de Kiev estavam em uma posição "difícil". Na frente
diplomática, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita a
Pequim, pediu aos Estados Unidos que "parem de encorajar a guerra e
comecem a falar de paz". A comunidade internacional "convencerá"
Putin e Zelensky de que "a paz é do interesse de todo o mundo",
acrescentou. Nova lei Putin assinou uma nova
lei na sexta-feira (14), tornando mais fácil o ingresso de jovens russos no
exército.Em setembro, ele ordenou a mobilização de 300 mil reservistas, mas o
processo foi lento e, muitas vezes, caótico. Agora, há o receio de que esteja
preparando outra estratégia para enfrentar uma possível contra-ofensiva
ucraniana.A nova lei autoriza a mobilização dos reservistas por via eletrônica,
por meio de um portal de serviços públicos ou, ainda por meio de notificação
entregue a terceiros. Até agora, ela tinha de ser feita pessoalmente. O serviço
de impostos, universidades e outros órgãos públicos deverão fornecer as
informações pessoais dos cidadãos 'mobilizáveis'. Pela lei, a polícia terá o
direito de processar quem se recusam a receber a intimação, que pode até ser
condenado à prisão.Além disso, a recusa em comparecer ao escritório de
recrutamento vai impedir o cidadão russo de trabalhar como autônomo ou ser
empresário, receber empréstimos, ter casa ou carro. Essas medidas afetam
igualmente as pessoas que fugiram do país e estão trabalhando remotamente.A
mobilização anterior, em setembro de 2022, levou dezenas de milhares de russos
a fugirem para o exterior.( Fonte R 7 Noticias Internacional)