Danilo Costa está preso desde 4 de fevereiro
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Minas
Gerais indiciou o médico Danilo Costa, de 46 anos, pelos crimes de importunação
sexual, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e estupro. O
médico está preso desde 4 de fevereiro. Danilo foi preso por suspeita de ter
estuprado, em 24 de janeiro, uma paciente em tratamento de câncer de mama em
seu consultório, no Hospital Nossa Senhora das Dores em Itabira, na Região
Central de Minas. Denúncia foi feita pela filha da vítima. Segundo o boletim de
ocorrência, a mulher havia chegado em casa chorando, relatando que o médico
entrou na sala, fechou a porta e a violentou. Danilo ainda entregou à mulher
uma receita e agendou uma nova consulta para dali a 90 dias. Segundo o
depoimento da filha, sua mãe era paciente de Danilo "há muito tempo".
Ao todo, 15 pessoas já prestaram depoimento contra o indiciado. Segundo a
Polícia, nove pacientes e seis funcionárias do hospital em que o acusado
trabalhava estão entre as vítimas. Material genético compatível com o médico
foi encontrado em vítima. A polícia informou que uma proteína produzida pela
próstata foi encontrada na mulher abusada. A ausência de espermatozoide indicou
que o material pertence a um homem vasectomizado. Durante as investigações, os
policiais descobriram que Danilo já tinha realizado essa cirurgia. "Isso é
mais um indício que robustece as investigações", disse o delegado João
Martins Teixeira, que liderou as investigações. Polícia acredita que possa
haver mais vítimas. Segundo a corporação, as mulheres atacadas pelo médico são
das cidades de Itabira e Barão dos Cocais. Por isso, os policiais acreditam que
há outras vítimas em cidades da região. "A Polícia Civil permanece
vigilante e aberta para receber novas denúncias. Caso necessário, outro
inquérito policial será instaurado", afirmou o delegado. A Justiça negou
pedido de habeas corpus pedido pela defesa. O TJ (Tribunal de Justiça) mineiro
entendeu que existia indícios suficientes de autoria dos crimes por parte do
médico e que seu simples afastamento das funções médicas não era suficiente
para impedir que o homem voltasse a abusar sexualmente de outras mulheres. A
decisão foi publicada na última quinta-feira (6). Hospital repudiou os atos e
afastou o médico. Em nota quando da prisão de Danilo, o Hospital Nossa Senhora
das Dores condenou suas atitudes e informou que suspendeu todos os
atendimentos, consultas e cirurgias realizadas por ele desde o dia 27 de
janeiro. "O hospital reforça que não compactua com atitudes de qualquer
natureza que possam causar dano aos seus pacientes, continua contribuindo com
as autoridades e presta seu apoio e solidariedade às vítimas", afirmou a
instituição. COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL
Em casos de violência cometida por um profissional de saúde, seja obstétrica ou
sexual, é possível fazer denúncias em diversos canais. Você pode procurar a
ouvidoria do próprio hospital ou clínica. Também recebe denúncias o conselho
regional de medicina de cada Estado (é possível encontrar informações neste
link acessando a aba contatos). Caso o denunciado seja um enfermeiro, auxiliar
ou técnico, procure o conselho de enfermagem da região (veja contatos dos
órgãos por Estado neste link). O Ministério Público Federal é outro órgão que
pode receber denúncias, inclusive pela internet, neste link. Ainda podem ser
acionados o Ministério da Mulher por meio do Ligue 180, canal do governo
federal que funciona 24 horas por dia —funciona também por WhatsApp no número
(61) 9610-0180 ou clicando neste link. O Disque Saúde, do Ministério da Saúde,
é outra alternativa, e funciona no número 136. Vítimas de violência sexual não
precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e
psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode
ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas
que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a
qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem
desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da
data do crime. Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia
Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais
militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também
recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de
orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O
serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008. Legalmente,
vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de
ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção
sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da
gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento.
Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas
de estupro. Leia Também: Influenciador morre ao tentar descer vulcão de bicicleta no México.(Fonte
Justiça ao Minuto Notícias)
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