Entre
os citados por Cid como integrantes da ala mais radical, estão a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP). Os dois não foram indiciados no relatório final.
FOLHAPRESS) - Em meio a
investigações em andamento sobre a trama golpista, o diretor-geral da Polícia
Federal, Andrei Rodrigues, disse não haver elementos para indiciar todos os
citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Na
primeira delação de Cid, relevada pelo colunista da Folha de S.Paulo Elio
Gaspari no último fim de semana, o ex-ajudante de ordens citou 9 pessoas dos 40
indiciados pela trama golpista. Entre os citados por Cid como integrantes da
ala mais radical, estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois não foram indiciados no relatório
final. "No caso concreto, está lá no relatório [final da trama golpista]
que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar de que essas
pessoas [Michelle, Eduardo e outros não indiciados] tenham participado",
disse Andrei no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (27). Andrei
também fez menção a apresentação de PowerPoint apresentado pelo então
procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação Lava Jato em 2016. Na
sequência de slides, Dallagnol chamou de "14 conjuntos de evidências"
que apontavam para o nome do hoje presidente Lula (PT) no centro. "A
Polícia Federal de hoje não faz entrevista coletiva pré-condenando, prejulgando
ninguém, não faz Powerpoint responsáveis por operações já pré-condenando as
pessoas. Faz investigação isenta, séria e responsável", disse Andrei. As
declarações sobre investigações sigilosas em andamento se tornaram recorrentes
no governo Lula, principalmente pelo chefe da PF. No entanto, as manifestações
públicas costumam ser de inquéritos que miram opositores do governo Lula,
investigados pela corporação. A gestão de Andrei Rodrigues é marcada também
pela proximidade com o presidente. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o diretor
da PF viaja com frequência na comitiva presidencial para o exterior, o que
despertou o temor de alguns integrantes da corporação da contaminação política.
Em novembro, a PF concluiu parcialmente uma importante investigação sobre
suposta trama golpista do governo de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, os
investigadores indiciaram o ex-presidente e outras 39 pessoas. A delação do
ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, citou a suposta participação de
Michelle Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro -não indiciados pela trama golpista-
no que o militar chama de ala mais radical pelo golpe. Durante o comando de
Andrei, a corporação também intensificou os embates com outros órgãos públicos,
como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Exército e a PRF (Polícia
Rodoviária Federal). Além deles, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência)
entrou na mira da PF por uso de um software espião suspeito de ser ter sido
utilizado para espionar adversários políticos e blindar os filhos de Bolsonaro.
O caso ficou conhecido como Abin paralela, apesar de o grupo suspeito de
espionagem ilegal ser composto, em sua maioria, por policiais federais cedidos
à agência, sob o comando do então diretor Alexandre Ramagem, hoje deputado
federal pelo PL-RJ. Leia Também: Além de Michelle e Eduardo Bolsonaro: veja quem mais foi citado na
delação de Mauro Cid.(Fonte Política ao Minuto Notícias)
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