Pandemia reforça importância do ensino de alunos em tratamento de saúde, aponta debate.
Experiências bem-sucedidas no atendimento a
estudantes em tratamento de saúde podem ser valiosas na definição de diretrizes
de apoio no retorno ao ensino presencial, retomado após a emergência pública de
saúde da covid-19. Essa foi uma das conclusões da audiência pública desta
segunda-feira (6) da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na
Pandemia, que funciona no âmbito da Comissão de Educação.Foi a 14ª audiência
pública promovida pela subcomissão, para discutir a permanência na escola e a
criação de condições para que o estudante se sinta bem no ambiente de ensino,
com protocolos de segurança sanitária, oferta de alimentação de qualidade e
política de acolhimento socioemocional. Os convidados da audiência,
especializados no atendimento pedagógico de estudantes hospitalizados ou em
tratamento domiciliar, relataram um aumento do número de casos de problemas de
saúde mental desde o início da pandemia. O presidente da subcomissão,
senador Flávio Arns (Podemos-PR), ressaltou a importância de que o apoio aos
estudantes seja um trabalho interdisciplinar, que inclua profissionais da área
saúde mental: — A questão da saúde mental tem sido levantada nas audiências
públicas. É uma questão de garantia do direito à educação enquanto a criança
estiver com um problema de saúde — afirmou Arns. O senador Confúcio Moura (MDB-RO)
elogiou a iniciativa da realização da audiência. — Essa pandemia vai deixando
um estrago ainda não dimensionado. Essas experiências estaduais e municipais
são muito importantes — disse Confúcio. Professora do Departamento de Educação
Inclusiva da Secretaria de Educação do Paraná, Maria Odhilie Lopes relatou a
experiência de um programa que existe há 15 anos no estado, atendendo alunos em
tratamento de saúde. — A partir do momento em que a escola tem a ciência que o
estudante está em tratamento de saúde, começamos o atendimento no dia seguinte.
Em 2022, até abril, foram mais de 5 mil atendimentos pedagógicos, em 20
unidades de saúde — explicou. MEC A coordenadora-geral de Currículo, Metodologia e
Material Didático da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação do
Ministério da Educação, Rosana Cipriano Jacinto da Silva, fez uma apresentação
específica sobre as ações do MEC na área da educação especial. A
modalidade de ensino é destinada a estudantes com deficiência, transtorno do espectro
autista e superdotação, que representam, ao todo, 1,3 milhão de matriculados na
educação básica, segundo o Censo Escolar de 2021.— Fizemos reuniões com as 27
secretarias de Educação, dos estados e Distrito Federal, para acompanhamento
dos impactos da pandemia, para minimizar esses danos. Os estados nos
surpreenderam com experiências incríveis. Em breve divulgaremos relatos dessas experiências
— afirmou Rosana.Cínthya Vernizi Adachi de Menezes, técnica em Assuntos
Educacionais da Universidade Federal do Paraná, cobrou uma atualização da
documentação orientadora do Ministério da Educação sobre o atendimento
pedagógico hospitalar e domiciliar, com diretrizes normativas nacionais. Ela
explicou que o documento atual do MEC data de 2002.Professora do Programa de
Escolarização Hospitalar de Curitiba, Ana Carolina Lopes Venâncio
enfatizou a necessidade do mapeamento dos programas do gênero já
existentes, para que se saiba o que está em execução e se busque a ampliação
desse tipo de serviço. Ela relatou as dificuldades técnicas que programas desse
tipo enfrentam:— Uma das áreas mais inclusivas é o ensino domiciliar e
hospitalar. A gente usa muito videochamada no celular, porque a maioria
dos pais tem dificuldade com os aplicativos. Nos postos onde é tratada a
covid, às vezes as enfermeiras disponibilizam seus próprios aparelhos.Fonte:
Agência Senado
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