Militantes pró-democracia foram
acusados de ‘cumplicidade com forças estrangeiras’ por campanha de sanções à
China.
Dois cidadãos de Hong Kong se declararam culpados nesta quinta-feira (19) por
violação da lei de segurança nacional ao fazer campanha por sanções
internacionais contra a China, informou o jornal honconguês Taipei Times. O caso está ligado ao do magnata pró-democracia Jimmy Lai, preso pelo mesmo delito. O ativista Andy Li, de 31 anos, e o jurista Chan
Tsz-wah, 30, admitiram a acusação de “cumplicidade com forças estrangeiras que
ameaçam a segurança nacional da China”.A China impôs uma severa lei de segurança em 2020 na ex-colônia britânica para interromper
a dissidência depois que Hong Kong passou por gigantescos protestos em 2019. Aproximadamente 130 pessoas, a maioria
integrantes do movimento pró-democracia, foram detidas com base nesta
legislação. Os promotores relataram que Li e Chan integravam um grupo
responsável pela organização de uma campanha publicitária e pela publicação de
artigos em jornais estrangeiros pedindo sanções contra a China.Ambos fazem parte de
uma rede de apoiadores vinculada ao empresário dos meios de comunicação e
ativista Jimmy Lai, que enfrenta a mesma acusação relacionada à segurança
nacional.Lai, de 73 anos, também está preso, acusado de comandar um “sindicato
criminoso” que fazia lobby para obter sanções internacionais contra Beijing. O
jornal de Lai, Apple Daily, foi fechado em
junho depois que as autoridades usaram a lei de segurança para
congelar seus ativos devido ao conteúdo das reportagens.Na audiência, os
promotores leram um resumo das acusações contra os dois réus e posicionaram Lai
como financiador da campanha. O documento acusa o empresário e seu assessor
americano Mark Simon de serem “mentores e de dar apoio financeiro nos
bastidores e no mais alto nível do sindicato”.“Eu concordo com os fatos e
gostaria de pedir desculpas”, disse Li ao tribunal depois que o promotor leu a
lista dos fatos do caso. Os promotores retiraram duas outras acusações contra
ele após sua confissão de culpa.Chan também foi condenado e deve retornar ao
tribunal em janeiro. Os promotores não informaram se Li e Chan se tornarão
testemunhas de acusação no julgamento de Lai. Por que isso importa? A tensão aumentou em Hong Kong em 2019, quando ocorreram protestos em
massa contra o domínio de Beijing e a favor da independência do
território. A resposta do governo, então, veio através da citada lei de
segurança nacional. No final de julho, foi anunciado o primeiro
veredito de uma ação judicial baseada na nova normativa legal.
Tong Ying-kit, um garçom de 24 anos, foi condenado a nove anos de prisão sob as
acusações de praticar terrorismo e incitar a secessão. O incidente que levou à
condenação ocorreu em 1º de julho de 2020, o primeiro dia em que a lei vigorou
e o mesmo dia da punhalada no policial. Tong dirigia uma motocicleta com uma
bandeira preta na qual se lia “Liberte Hong Kong. Revolução dos Nossos Tempos”,
slogan usado pelos ativistas
antigoverno nas manifestações de 2019. O julgamento de Tong foi
focado na intepretação do slogan e na capacidade de ele convencer outros
cidadãos a clamar pela independência de Hong Kong em relação à China.
“Tal exibição de palavras foi capaz de incitar outros à secessão”, diz a
sentença, que ainda destacou o fato de o acusado ter consciência de tal
significado. Os juízes ainda disseram que Tong ignorou as barreiras de
segurança e avançou “deliberadamente” contra os policiais, que são “um símbolo
da lei e da ordem de Hong Kong”.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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