Entenda por que crianças são prioridade na vacinação da gripe.
Ao contrário do que acontece em relação à covid-19, as crianças são
grupo de risco para a infecção causada pelo vírus influenza.
No Brasil, há duas importantes campanhas de vacinação ocorrendo ao mesmo tempo contra a gripe e contra a covid-19. Apesar de ambas imunizarem contra doenças respiratórias, as crianças são parte do grupo prioritário apenas na vacinação contra o vírus influenza.Isso acontece porque quando infectadas pelo vírus causador da gripe, pessoas da faixa etária pediátrica têm mais chances de desenvolverem casos graves da doença, explica a pediatra Andreza Juliani Gilio. “As crianças têm fator de risco grande para qualquer vírus de influenza e fazem parte do grupo de risco junto com os idosos. Em relação à covid, até o momento não temos grande risco para crianças pequenas ou adolescentes, que geralmente são assintomáticas”, afirma a médica. A imunização contra a gripe começou no dia 12 de abril no país e tem registrado baixa adesão por parte da população inserida no grupo prioritário da primeira fase, que inclui crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade.Das 16 milhões de crianças que deveriam ter sido vacinadas até o momento, apenas 6,1 milhões receberam a imunização, o que corresponde a 38,2% da cobertura vacinal contra o vírus influenza entre a faixa etária indicada, conforme dados do Ministério da Saúde.A pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), chama a atenção para a importância da imunização contra o vírus influenza no atual cenário pandêmico, sobretudo porque a gripe provoca sintomas similares aos da covid-19, o que pode confundir, além de contribuir para que o sistema de saúde fique ainda mais sobrecarregado.“A influenza é uma infecção potencialmente grave, que leva à SRAG [síndrome respiratória aguda grave], ao quadro grave que leva à internação e à UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que vai exigir a intubação e ventilação mecânica”, explicou durante a Live JR.Vacinação de crianças contra a covid-19 Por não fazerem parte do grupo de risco para quadros graves de covid-19, não há uma previsão de quando as crianças serão vacinadas contra o coronavírus no país. Também, por este motivo, grande parte das vacinas em aplicação ainda está na fase inicial de estudos para serem usadas nesta faixa etária. “O que acontece é que desde o começo da investigação de vacinas, os laboratórios sempre tentam pegar o grupo saudável de meia-idade, 18 a 55 anos, e vão ampliando conforme o risco da doença. Então eles ampliaram mais para idosos e gestantes, as crianças ficaram por último porque elas não estão desenvolvendo casos graves”, explica Andreza Juliani Gilio.Em comunicado recente, a Pfizer afirmou que em setembro deve pedir junto à FDA (Food and Drug Administration), agência sanitária dos Estados Unidos, a liberação emergencial para que sua vacina contra a covid-19 seja aplicada em crianças de 2 a 11 anos no país, testes nesta faixa etária começaram a ser feitos em março deste ano. A empresa já comprovou que o imunizante é seguro para pessoas de 12 a 15 anos. No Brasil não há previsão para aplicação nesta faixa etária.No caso da CoronaVac, a farmacêutica Sinovac já iniciou os testes do imunizantes em crianças e adolescentes, mas os resultados não foram apresentados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, portanto, não há liberação para uso pediátrico no Brasil. Depois que eventos adversos envolvendo a formação de coágulos sanguíneos foram registrados em pessoas que receberam a vacina da Universidade de Oxford, desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, os testes em crianças foram suspensos. Erros de aplicaçãoDurante as campanhas, não foram raros os casos envolvendo erros de aplicação das vacinas em crianças, que acabaram recebendo a CoronaVac ao invés do imunizante que protege contra o vírus influenza.Nestes casos, a pediatra destaca que é importante relatar o ocorrido à vigilância do município e fazer o acompanhamento de possíveis efeitos adversos.“Quando tem erro vacinal de qualquer natureza temos que observar se vai ter alguma reação adversa e acompanhar qualquer sintoma que a criança apresente. É preciso fazer um levantamento para saber se não ocorreu nada de grave com essas crianças”, afirmaEla ressalta, ainda: “É muito difícil que as crianças evoluam para um quadro grave, mas como ainda não temos a dose específica para esta faixa etária, elas precisam ser acompanhadas durante meses”, afirma.( Fonte R 7 Noticias Brasil)