O Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão do governo que acompanha a situação junto aos produtores afetados, estima que mais de 50 mil hectares de pasto em 840 propriedades de Roraima tenham sido devastados desde o início de maio.
ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Mais de 7.000
bovinos morreram de fome por falta de pasto em propriedades rurais dos
municípios de Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caroebe, Iracema e Mucajaí, em
Roraima. De acordo com o governo do estado, o problema é causado pela
infestação de lagartas e ervas daninhas que têm devorado a comida do rebanho.
O Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão do governo
que acompanha a situação junto aos produtores afetados, estima que mais de 50 mil
hectares de pasto em 840 propriedades de Roraima tenham sido devastados desde o
início de maio. Por causa do número crescente de gado que morre
diariamente, o governo decretou situação de emergência no estado, para oferecer
apoio financeiro a produtores rurais das áreas mais afetadas. "Diante
desse cenário preocupante, o governo do estado, entidades do eixo agro,
especialistas e autoridades locais estão intensificando esforços para monitorar
e controlar os impactos adversos sobre a agricultura, pecuária e a economia
rural", disse o Executivo, em nota. O governo vinculou a proliferação das
pragas à combinação de estiagem prolongada e incêndios florestais. Roraima
enfrentou o período de seca de outubro até abril, deixando o estado com o maior
número de focos de calor do país, com recorde em fevereiro. Durante o período
seco, os incêndios florestais na amazônia espalharam fumaça que encobriu até a
capital Boa Vista. Os rios secaram, entre eles o rio Branco, principal do
estado. Ainda segundo as autoridades, esse desequilíbrio ambiental reduz a
população de inimigos naturais das pragas e facilita a proliferação rápida e
agressiva da lagarta militar (Spodoptera sp.) e do percevejo-das-gramíneas
(Blissus leucopterus), que causam danos significativos nas pastagens e
plantações. "Estas pragas têm atacado severamente as pastagens, reduzindo
a disponibilidade de forragem e comprometendo a produção animal. Elas devoram o
pasto que serve de alimento para os bois", explicou o Iater. O órgão
vinculado ao governo afirma ainda que esses eventos têm gerado prejuízos
econômicos consideráveis principalmente para os pequenos produtores, que
dependem das pastagens para manter a produtividade de seus rebanhos. "A
falta de forragem não apenas reduz a produção de carne e leite, mas também
impacta negativamente o sustento das famílias rurais que exploram a
bovinocultura", pontuou o Iater. Com o decreto de emergência, o governo
também criou o Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar. A medida
prevê a contratação temporária de pessoas, dispensa de licitação para aquisição
de bens e serviços essenciais, além da convocação de voluntários para reforçar
as ações de resposta ao desastre. O governo
também anunciou o o repasse de R$ 1.750 aos produtores rurais para o combate às
pragas e recuperação do pasto nas propriedades. O valor será concedido por meio
do programa Desenvolve Roraima, com o teto máximo de 5 hectares para cada
produtor, o equivalente R$ 8.750.( Fonte Brasil ao Minuto Noticias)
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