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sábado, 17 de abril de 2021

VIDA NEWS- ALIANÇA TRANSATLÂNTICA PARTE 2

 

ARTIGO: A Aliança Transatlântica e o retorno do multilateralismo dos EUA

Para pesquisadora, presidente norte-americano Joe Biden busca recompor confiança dos aliados e liderança do país

Trump impôs sanções contra empresas envolvidas no Nordstream-2, o que levou à interrupção da construção no ano passado e ao desgaste com Berlim. Mas a obra foi retomada no início do ano sem qualquer represália americana. Contrariando os falcões republicanos e democratas da política externa, Biden finge que não vê e deixa o gasoduto passar. A razão é uma mistura de pragmatismo e diplomacia. Como 94% da obra estão concluídos, o que resta a salvar é a relação com a Alemanha. Bens comuns, outros nem tanto Um tema urgente para o democrata é vencer a pandemia de coronavírus a fim de normalizar a economia americana. Embora tendo se comprometido a doar US$ 4 bilhões de dólares para o COVAX, fundo global de vacinas organizado pela OMS para distribuição em países em desenvolvimento, Biden teve um posicionamento bem realista quanto a socializar as vacinas. Desafiado por Macron a ceder 5% do estoque adquirido à África, o americano não hesitou. “Não enviarei vacinas para países em desenvolvimento enquanto o fornecimento não melhorar”. Diz o ditado que, farinha pouca, meu pirão primeiro. Quanto ao clima, o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris não foi novidade. Era uma promessa de campanha do democrata, que foi facilmente cumprida com uma ordem executiva no primeiro dia de governo. Além disso, o presidente tem se comprometido a zerar as emissões líquidas até 2050. Tudo faz parte do Green New Deal, um antigo plano dos progressistas rumo a uma economia baseada em energia limpa, que agora é incorporado pelos centristas na Casa Branca. A questão climática é um ponto de fácil contato com os europeus, mas o democrata precisa vencer a pressão dos lobbies de energia fóssil e a resistência dos núcleos mais conservadores da classe política bipartidária. Irã Outro assunto relevante é o engajamento em novas negociações com o Irã e os demais integrantes do P5+1, grupo formado pelos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha. Trump retirou os Estados Unidos unilateralmente do acordo negociado por essas partes em 2015. Alegou que o Irã violou o compromisso, embora nem a Agência Internacional de Energia Atômica, nem os demais signatários comprovaram a acusação. Apesar disso, Trump retomou antigas sanções econômicas, o que gerou atritos com a União Europeia e levou o Irã a retomar uma parte suspensa do programa nuclear. Biden não pretende voltar para o JCPOA, sigla do acordo em inglês, sem barganhar novas condições. Tal pretensão ficou implícita na conferência, ao dizer que é preciso tratar das ações desestabilizadoras por parte do Irã no Oriente Médio. É esperado que, em um eventual acordo futuro, seu governo exija a inclusão de pontos que não se relacionam com o programa nuclear iraniano, mas com questões geopolíticas e o interesse de aliados como Israel e Arábia Saudita. Os países europeus, que ficaram ao lado do Irã durante o período Trump, têm-se mostrado inclinados a cooperar com Biden para obter mais vantagens e concessões junto a Teerã. Em janeiro, Reino Unido, França e Alemanha criticaram a decisão iraniana de voltar a enriquecer urânio até 20%, acima do limite permitido pelo JCPOA. Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores iraniano, diz que seu país voltará a cumprir o acordo tão logo os Estados Unidos suspendam as sanções. Mas o aiatolá Ali Khamenei anunciou que, se necessário, seu país poderá enriquecer urânio até 60%. A declaração é como lenha na fogueira desse imbróglio que se arrasta há anos. Novo mundo O mais difícil para Biden será convencer os europeus a jogarem duramente contra a Rússia e, principalmente, a China. Duas semanas depois da eleição americana, Macron disse que a Rússia é parte da Europa e não deve ser rejeitada. A União Europeia acaba de fazer um grande acordo de investimentos com a China, sem sequer dar uma notificação prévia à Casa Branca. O acordo fortalece a credibilidade da China como parceiro comercial e financeiro, bem como sinaliza para os Estados Unidos que a União Europeia pretende renunciar à função de parceiro menor da coalizão liberal ocidental. Após 16 anos na liderança da Alemanha, Merkel deixará o cargo em setembro próximo. Seu provável sucessor, o democrata-cristão Armin Laschet, é simpático à Rússia, país que considera vítima de “populismo do marketing anti-Putin”. Quanto à China, Laschet é a favor das exportações alemães, e é para lá que muitas delas vão. Se a América voltou, não foi para o mundo que Biden conheceu ao longo de sua carreira decana, ou como vice-presidente de Barack Obama.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)

 

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