A revisão seguirá regra legal e convocará beneficiários que não passam por perícia médica há mais de 24 meses, ou seja, dois anos.
FOLHAPRESS) - O INSS
(Instituto Nacional de Seguro Social) e Previdência Social vão dar início a um
pente-fino para revisar 802 mil aposentadorias por invalidez, hoje chamada de
aposentadoria por incapacidade permanente. A revisão seguirá regra
legal e convocará beneficiários que não passam por perícia médica há mais de 24
meses, ou seja, dois anos. A medida integra os esforços do governo federal para
economizar R$ 10 bilhões com cortes de benefícios indevidos, anunciado em 2024.
"A lei mandar fazer, e eu cumpro a lei", afirmou o presidente do
INSS, Alessandro Stefanutto, em entrevista à Folha de S.Paulo em outubro. "Eu
não gosto de falar pente-fino, eu falo revisão. É uma revisão dos requisitos. E
vamos revisar o que a lei manda revisar. É fazer o que presidente Lula falou.
Quem tem direito tem que dar o benefício rápido, sem que minhas ineficiências
atrapalhem o segurado. Quem não tem direito não é para dar benefício, porque
senão falta dinheiro." O instituto não divulgou a data de início, mas
fontes disseram à reportagem que as convocações devem começar em março. Elas
serão feitas por meio da rede bancária, quando o cidadão for receber seu
benefício mensal. No extrato deverá vir a informação de que é necessário marcar
uma perícia de revisão. A convocação também poderá ser pelo aplicativo ou site
meu INSS, por carta, SMS ou, até mesmo, por meio de edital publicado no
"Diário Oficial da União" Antes de começar a convocar os aposentados,
a Previdência e o INSS devem publicar as regras da revisão, a exemplo do que
fizeram com o pente-fino no auxílio-doença e no BPC (Benefício de Prestação
Continuada) em 2024. A revisão do auxílio-doença ocorreu entre agosto e
dezembro de 2024. Segundo o INSS, foram realizadas 595.995 perícias de revisão,
que resultaram em 323.651 benefícios cortados, o que representa 54% do total. O
número é quase o total de concessões mensais nos últimos meses do ano passado.
Além disso, 42.160 auxílios foram convertidos em aposentadoria por invalidez
(7% do total), e os demais foram mantidos como auxílio-doença, hoje chamado de
benefício por incapacidade temporária. Eles deverão ser "reavaliados
novamente no prazo prescrito pelo perito médico federal", diz nota do INSS
enviada à reportagem. O QUE FAZER SE FOR CONVOCADO? O segurado que for
convocado para a perícia de revisão deverá fazer o agendamento de um exame
pericial por médico perito da Previdência, por meio do aplicativo ou site meu
INSS. Também é possível agendar a perícia por telefone, na Central 135, que
funciona 24 horas por dia em atendimento feito por robô ou na qual é possível
falar com um atendente de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h. COMO EVITAR A
PERDA DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ? Os benefícios de aposentadoria por
invalidez, hoje aposentadoria por incapacidade permanente, são benefícios para
quem não pode mais exercer sua atividade profissional em virtude de acidente ou
doença que o torne permanentemente incapacitado para o trabalho. Por lei, a
aposentadoria por invalidez deve ser revisada a cada dois anos até que o
segurado complete 60 anos. Como o benefício é atrelado a uma condição de saúde
que torna o cidadão incapaz para o trabalho, os especialistas apontam que é
essencial manter documentos que comprovem a incapacidade. Eles devem, no
entanto, ser documentos atualizados. "É importante que o segurado esteja
sempre com o relatório médico atualizado e que ele mantenha uma rotina de
consultas médicas para reavaliação. Se a perícia convocar o beneficiário e o
último laudo for de dois anos atrás, pode ser que surja uma desconfiança do
INSS," diz a advogada Adriane Bramante, do IBDP (Instituto Brasileiro de
Direito Previdenciário). Segundo a ANMP (Associação Nacional de Médicos Peritos),
atestados desatualizados não têm como ser aceitos pela perícia, seja na revisão
do auxílio ou da aposentadoria. O QUE FAZER SE O
BENEFÍCIO FOR CORTADO? Caso ocorra o corte indevido do benefício e o
cidadão considere que tem direito a ele, é possível recorrer. "Em caso de
perda do benefício, o segurado pode entrar com recurso no INSS ou pode entrar
com uma ação judicial", diz Adriane. Dessa forma, ainda sim é importante
reunir uma série de documentos que comprovem o enquadramento do segurado no
direito ao benefício e o torne apto ao seu recebimento. Mesmo as incapacidades
consideradas permanentes podem regredir e o cidadão se tornar apto para o
trabalho, por isso há a previsão legal de reavaliação periódica. QUEM
PODE TER O BENEFÍCIO CORTADO NO PENTE-FINO DO INSS? Segurados que não se
encaixam nas regras de pagamento poderão perder o benefício no pente-fino. É
preciso comprovar a condição de saúde. Laudos médicos, exames, receitas de
medicamentos e indicações de procedimentos ajudam na avaliação do perito. Ter
um atestado com data atualizada também é importante. O documento deve conter
CID (Classificação Internacional de Doenças). QUEM DEVE FICAR DE FORA
DO PENTE-FINO DO INSS? Por lei, há três perfis de segurado que não
devem ser convocados para o pente-fino: 1 - Segurados a partir de 55 anos e que
recebem o benefício por incapacidade há mais de 15 anos 2 - Segurados a partir
de 60 anos de idade, protegidos pelo Estatuto do Idoso 3 - Segurado aposentado
por incapacidade permanente por HIV Leia Também: Estimativa
do Focus de alta do PIB de 2025 passa de 2,01% para 2,02%.(Fonte
Economia ao Minuto Notícias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário