A denúncia é de que 60 crianças receberam doses erradas, em Lucena (PB), antes mesmo da chegada das doses pediátricas.
A aplicação de vacinas destinadas a adultos em pelo menos 60
crianças é alvo de investigação por parte das autoridades de saúde brasileiras
e pelo MPF (Ministério Público Federal). A denúncia é de que uma auxiliar de
enfermagem teria sido a responsável por fornecer indevidamente a vacina antes
mesmo de as doses
pediátricas chegarem ao Brasil. O
caso suspeito ocorreu em um posto de saúde da zona rural do
município de Lucena, região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. Segundo
a prefeitura de Lucena, a responsável pelo suposto erro está afastada e teria
aplicado as doses "indevidamente e sem autorização".
"Esclarecemos que a decisão foi tomada individualmente pela pessoa que fez
a aplicação, sendo uma falha pontual e que não partiu de determinação da
administração municipal, de forma que, assim que tomamos conhecimento,
afastamos a responsável", disse, em nota. O MPF da Paraíba vai ouvir,
nesta semana, a auxiliar de enfermagem e investiga se a ação foi feita de
maneira deliberada ou se se trata de um erro. Autoridades de saúde do município
e do estado paraibano, além das famílias responsáveis pelas crianças vacinadas
incorretamente, prestarão depoimentos. Também investigam o caso
autoridades e especialistas em saúde que integram o Cievs (Centro de
Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), tanto no nível local como
federal. A Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não detalhou quais atitudes podem ser
tomadas por parte da reguladora, que tem responsabilidade nas ações de
farmacovigilância das vacinas contra a Covid-19. "A Anvisa aguarda a
apuração das circunstâncias da vacinação que está em curso pelo Cievs. Somente
após, a agência poderá avaliar ações", informou a assessoria de imprensa
ao R7. Sob
a coordenação do Ministério
da Saúde, a Anvisa também é responsável por apoiar e auxiliar a
investigação, análise, classificação segundo a causalidade, encerramento e
validação de todos os casos de efeitos adversos da vacina. Não houve, até o
momento, relato de efeitos graves nas crianças que receberam as doses. Elas
estão sendo monitoradas e há relatos de febre e vômito. A dose destinada
aos adultos, apesar de ser do mesmo fabricante, tem dosagem diferente da vacina
pediátrica. A vacina aplicada em crianças é reduzida e corresponde a 1/3 da
dose normal. Por isso, elas são entregues em uma embalagem diferenciada, na cor
laranja, enquanto a dos adultos é roxa. A fim de evitar erros, a Anvisa
orienta que toda a campanha infantil contra a Covid-19 seja
realizada em salas ou alas de vacinação distintas das dos adultos. ( Fonte
R 7 Noticias Brasil)