Presidente dos EUA chegou à capital ucraniana de forma sigilosa, e a
Casa Branca não divulgou detalhes da agenda.
O presidente dos Estados Unidos,
Joe Biden, reiterou seu apoio "inabalável" à Ucrânia durante uma visita-surpresa a
Kiev nesta segunda-feira (20), durante a qual prometeu nova
entrega de armas aos ucranianos, poucos dias antes do primeiro aniversário da
invasão russa. O líder americano chegou à capital ucraniana com o maior sigilo:
a Casa Branca não revelou por qual meio ele se deslocou até lá, embora todos os
líderes ocidentais o façam de trem pela Polônia. No entanto, segundo Washington,
a Rússia foi avisada da visita de Biden várias horas antes. Em entrevista
coletiva com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, Biden disse que
entregará 500 milhões de dólares em ajuda suplementar e que os detalhes serão
anunciados nos próximos dias. "Acho que é fundamental que não haja dúvida
sobre o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia", enfatizou Biden. Kiev precisa
urgentemente de munições de longo alcance para sua artilharia e tanques para
enfrentar uma nova ofensiva russa, bem como para reconquistar os territórios
ocupados por Moscou no leste e sul do país. Os novos carregamentos de
armas prometidos por Biden são "um sinal inequívoco" de que a Rússia
"não tem chances", disse Zelenski. Zelenski agradeceu pela esperada
entrega dos tanques americanos Abrams, anunciada há algumas semanas, após
longas discussões, e insistiu na necessidade de obter munição com alcance
superior a 100 quilômetros. Washington prometeu enviar, mas a quantidade e o
cronograma de entrega ainda são incertos. 'Mais
que heroico' O presidente da Ucrânia disse nas redes sociais que a visita de
seu homólogo americano foi "um sinal extremamente importante de apoio a
todos os ucranianos". "Esta conversa (com Biden) nos aproxima da
vitória", disse Zelenski. Sirenes antiaéreas soaram em Kiev durante a
visita de Biden, segundo jornalistas da AFP. Essa viagem ocorre depois da
visita de vários líderes europeus à capital ucraniana e à de Zelenski a
Washington, em dezembro. Os dois líderes depositaram uma coroa de flores no
Muro da Memória pelos heróis caídos na guerra russo-ucraniana, nesta segunda-feira,
com um hino militar ao fundo e na presença de oficiais ucranianos
uniformizados. O presidente ucraniano saudou a presença de seu homólogo
americano e declarou que os dois querem discutir "como vencer (a guerra)
neste ano". Joe Biden expressou sua admiração pela resiliência dos
ucranianos diante do invasor. "É mais do que heroico", disse ele. O
líder dos EUA afirmou que "a guerra de conquista do (presidente russo
Vladimir) Putin está fracassando e que ele estava errado ao acreditar que a
Ucrânia era fraca e que o Ocidente estava dividido". O chanceler
ucraniano, Dmytro Kuleba, garantiu que a visita de Biden provou que
"ninguém mais tem medo" da Rússia. 'Acelerar
o apoio militar' A Ucrânia vive uma intensificação dos combates no leste do
país, onde a Rússia espera retomar a iniciativa após ter sofrido sérios reveses
no outono.A visita ocorre depois que Washington acusou Pequim de considerar
enviar armas à Rússia."São os Estados Unidos, e não a China, que enviam
carregamentos de armas para o campo de batalha sem parar", defendeu o
porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.O chefe da
diplomacia europeia, Josep Borrell, também alertou a Pequim que não envie armas
à Rússia para a guerra na Ucrânia."Para nós, seria (cruzar) uma linha
vermelha", insistiu.Em uma conferência de segurança em Munique no fim de
semana, Borrell transmitiu uma mensagem contundente sobre a redução de
suprimentos de munição para Kiev em sua luta contra a invasão russa."Vamos
acelerar nosso apoio militar à Ucrânia. A Ucrânia está em uma situação crítica
do ponto de vista da munição disponível", disse Borrell.Vladimir Putin
está programado para fazer seu grande discurso anual para a elite política da
Rússia na terça-feira, um evento que deve ser amplamente dedicado à guerra na
Ucrânia.Biden concluiu sua visita a Kiev pouco depois do meio-dia e seguirá para
a Polônia, um dos principais aliados de Kiev na Europa .( Fonte R 7 Noticias
Internacional)