Chefe do Executivo federal voltou a levantar suspeitas contra as urnas eletrônicas e atacou ministros do Poder Judiciário e o PT.
O presidente
Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (16), que
nunca será preso, insinuou que o PT tem conhecimento sobre o resultado das eleições
presidenciais deste ano, voltou a levantar suspeitas sobre as urnas
eletrônicas e provocou ministros do Judiciário. "Mais da metade do meu tempo eu me viro contra
processos. Por Deus que está no céu, eu nunca vou ser preso", disse
Bolsonaro, sem citar as circunstâncias ou eventuais processos, durante evento
supermercadista em São Paulo. "Eu até digo que estou no Palácio do
Alvorada e me sinto como um prisioneiro sem tornozeleira eletrônica." No
discurso, o presidente contou que "não dorme sem uma arma ao lado",
apesar dos mais de "cem seguranças" lotados na residência oficial. STF e TSE Bolsonaro comentou o julgamento,
atualmente paralisado, do marco
temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e provocou o ministro
Edson Fachin, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Eu sei que não deveria falar, mas nós temos no Brasil o equivalente à
região Sudeste como território indígena. Está dentro do STF que o ministro
Fachin luta, de todas as maneiras, para aprovar o novo marco temporal",
relatou. "De imediato, caso seja aprovado, nós teremos, além da Sudeste,
uma área equivalente à região Sul como território indígena. E, pela localização
geográfica, teremos mais uma área do tamanho de São Paulo inviabilizada para o
agronegócio. Acabou. Acabou, porra. Não devemos medir palavras para defender o
nosso Brasil. Ficam de frescura", completou. Bolsonaro aproveitou o
discurso para voltar a citar as Forças
Armadas no contexto das dúvidas que levanta sobre o sistema eleitoral brasileiro
e provocou ministros do TSE e STF. "O TSE convidou as Forças Armadas [para
participar das eleições], que levantaram mais de 600 vulnerabilidades. Faz o
seu trabalho, apresenta as sugestões, mas não vale as sugestões. Não vale. Não
tem dono da verdade", contou. "Não tem uma semana que eu não levo no
lombo uma ação do Supremo que atinge todo o Brasil." Segundo Bolsonaro, "todos vão morrer e feder da
mesma maneira, juntamente com todos que estão na Praça dos Três Poderes".
Sem citar nomeadamente os magistrados e suas decisões monocráticas, o presidente
afirmou que tentam roubar o país agora como fizeram em 1964, período em que
teve início a ditadura militar. "Lá atrás pelas armas, hoje pelas
canetas." PT e Lula Durante
pronunciamento, de cerca de uma hora, Bolsonaro insinuou que o PT tem conhecimento
do resultado das eleições presidenciais deste ano, em que os principais
candidatos são o atual comandante do Executivo e Luiz Inácio Lula
da Silva, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas. "Eu
vejo hoje que o nosso querido [senador] Jaques Wagner [PT-BA] já está em
contato com embaixadores sobre a posse do Lula. Quem está dando essa certeza
para ele? Eu não acho que seja o nosso inexpugnável TSE. Quem está dando essa
certeza para ele?", questionou. "Tudo
pode acontecer. Podemos ter outra crise, podemos ter eleições conturbadas.
Imagina acabarmos as eleições e parar, para um lado ou para outro, que não
foram limpas", acrescentou. "Ou nós decidimos no voto, para valer,
contabilizado, auditado, ou a gente se entrega." Troca de ministérios e negociações O presidente comentou, ainda, as
negociações que envolvem partidos e políticos e a troca de ministérios e
criticou indiretamente o ex-presidente
da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, referindo-se a ele
como "gordinho". "Tive
reunião no gabinete. Quantas vezes chegava um parlamentar gordinho lá — nada
contra os gordinhos — e dizendo 'olha, se não arranjar esse ministério, não
entra em pauta nada, nem na Câmara nem no Senado'. É foda trabalhar
assim." Evento O Apas
Show é uma das maiores feiras de supermercados do mundo e
ocorre na Expo Center Norte, na capital paulista. De acordo com os
organizadores, a 36ª edição do evento é a maior da história, com mais de 800
expositores. O evento acontece entre 16 e 19 de maio.Segundo Ronaldo dos
Santos, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), os
estabelecimentos faturam R$ 166 bilhões por ano em São Paulo, correspondem a 7%
do Produto Interno Bruto (PIB) paulista e arrecadam R$ 9 bilhões em impostos.Participam
do evento os ministros Paulo Guedes (Economia), Ronaldo Bento (Cidadania) e
Marcos Montes (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Estiveram presentes os
ex-ministros Tarcísio
de Freitas (Infraestrutura), pré-candidato ao Governo de São Paulo,
e Marcos
Pontes (Ciência e Tecnologia), pré-candidato à Câmara dos Deputados,
além do prefeito da capital
paulista, Ricardo Nunes (MDB).( Fonte R 7 Noticias Brasília)
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