Vacinas podem ‘restaurar
prestígio’ dos EUA, defende Samantha Power, chefe da Usaid.
Ex-embaixadora dos EUA na ONU,
diplomata defende que Usaid será essencial para contornar a pandemia no mundo.
A desigualdade na
entrega de vacinas pode ajudar os EUA a recuperar a influência ao redor do
mundo, apontou a atual chefe da agência humanitária Usaid e ex-embaixadora do
país nas Nações Unidas, Samantha Power, em entrevista ao “The Washington
Post”. Apesar de evitar usar o termo “oportunidade”, a diplomata e
jornalista norte-americana defendeu uma
resposta de Washington ao envio de vacinas
da China aos países mais pobres ainda em agosto de 2020, antes
da eleição do democrata. A agora administradora do Usaid explicitou a
“urgência” em se contornar o atraso na entrega de vacinas em todo mundo através
da agência. Trata-se de uma mudança ante a conduta no governo de Donald Trump,
quando a Usaid perdeu parte de seu status como instrumento fundamental na
política externa dos EUA. De acordo com Power, a recomposição da estatura dos
EUA no cenário global depende da Usaid. “Esse prestígio só será recalibrado se
a agência for liberada para criar programas para colocar vacinas como armas em
países onde trabalhamos por gerações”, disse. A porta para este trabalho está
“parcialmente aberta”, afirmou Power. Ao assumir o cargo, Joe Biden assinou
o primeiro Memorando de Segurança Nacional, que instrui o Departamento e Estado
e a Usaid a desenvolver um plano estratégico para o fim da pandemia.
O documento também prevê o combate a futuras ameaças à saúde global. Enquanto
Washington demorou para apoiar a liberação do
direito à propriedade intelectual dos imunizantes, a China
enviou milhões de doses para todo o mundo de forma gratuita. A chamada diplomacia de
vacinas chinesa desafia os EUA em meio a tensão que
escala em uma disputa comercial, tecnológica e financeira. Atraso na ação
dos EUA A escolha do presidente norte-americano em
priorizar a demanda
doméstica de vacinas atrasou a resposta aos países vizinhos e
aliados ao redor do mundo. Washington só permitiu o envio de suprimentos na
primeira semana de maio, após a deflagração da emergência da Índia. Biden
também expressou apoio à suspensão dos direitos de propriedade intelectual das
vacinas contra a Covid-19,
o que deve permitir que outros países produzam as doses desenvolvidas no país.
Para Power, seu dever é convencer a população norte-americana de que ajudar os
outros países é de interesse dos EUA. “O destino do povo americano está
conectado ao progresso no resto do mundo”, disse a diplomata, que venceu o
prêmio Pulitzer com o livro “Um Problema do Inferno: América e a Era do
Genocídio” (sem edição em português), ao Comitê de Relações Exteriores do
Senado, em março.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)