Conflito foi uma tragédia para a humanidade cujos efeitos abalaram até países que estavam distantes.
Quando eu visitava minha avó paterna em
Marília, interior de São Paulo, eu amava conversar com ela sobre História. Com
quase cem anos de vida muito bem vividos, Dona Oharu Higa me contava os duros
tempos da Segunda Guerra Mundial. Quando o Brasil entrou no conflito, ficou do
lado oposto do Eixo, do qual pertencia o Japão. Ela lembrava da discriminação
dos brasileiros contra os japoneses por causa da guerra. Mesmo assim, mesmo com
as feridas que a vida lhe impôs, ela nunca perdeu seu sorriso. Até hoje sinto
saudades de passar as tardes conversando com minha avó sobre História. Quando
vi o filme “Corações Sujos”, quantas vezes eu chorei ao lembrar das histórias
que minha avó contava. A Segunda Guerra Mundial foi uma tragédia para a humanidade cujos
efeitos abalaram até países que estavam distantes do conflito. Quando as tropas
de Adolf Hitler invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939, o mundo entrava
de novo em um conflito mundial. As tropas nazistas avançavam pela Europa
enquanto os Aliados tentavam resistir enquanto podiam. A Liga das Nações
fundada logo após a Primeira Guerra Mundial não conseguiu cumprir seu principal
objetivo: evitar que o mundo novamente entrasse em guerra. O jornal Folha de
Goiaz publicou um editorial em sua edição do dia 3 de setembro de 1939 sobre os
dias sombrios que pairavam sobre o solo europeu: “Hoje, na Europa, o fumo dos
canhões faz sombra sobre sangue. Hitler, por certo, perdeu a razão. Do que
começou a fazer dependam talvez os destinos de toda a Humanidade. A Alemanha,
conseguindo dominar a Polónia, terá a vaidade suficiente para conflagrar uma
catástrofe mundial cujas consequências seriam o caos, a morte, a fome e a
desintegração completa doque a civilização humana há feito.” A partir do dia 1º
de setembro de 1939, a Alemanha não apenas dominou a Polônia como outros
territórios europeus e, no ano seguinte, Hitler já estava em frete ao túmulo de
Napoleão Bonaparte em Paris. Enquanto isso, no interior de São Paulo, uma
mulher guerreira vinda do Japão lutava junto do seu valente marido também
imigrante japonês para que seus filhos tivessem o que comer e viver uma vida
digna. Aquelas marcas começadas na Segunda Guerra Mundial, há exatos 85 anos,
seriam carregadas no coração de Oharu Higa e recordadas quando seu neto a
encontrasse muito tempo depois. Leia também: De um bate papo político pode sair muita coisa, até uma
candidatura ao Senado por Goiás.(Fonte Jornal Opção Noticias GO)
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