(IBGE) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Goiânia possui 38.395 jovens de 18 a 20 anos, que podem votar. Esse grupo representa 3,73% do eleitorado total, de 1.030.274. Já na faixa etária de 21 a 24 anos, 69.764 estão regularizados e podem exercer o direito de voto, correspondendo a 6,77% dos eleitores.
De acordo com dados do
Instituto O desinteresse dos jovens pela política é uma
questão complexa e multifacetada, que pode ser atribuída a diversos fatores.
De
acordo com o cruzamento dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), Goiânia possui 108.159 jovens de 18 a 24
anos que podem votar. Esse grupo representa 10,5% de todo o eleitorado da
cidade — de 1.030.274, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vale
ressaltar a população está envelhecendo, mas a fatia do eleitorado permanece
significativa. Na última eleição, em 2022, o número de eleitores de 18 a 20
anos era maior, de 43.469; hoje é 38.395. Entre os de 21 a 24 anos, 74.723
votaram; hoje são 69.764. Entretanto, chama a atenção o desinteresse dos jovens
pela política. Para entender como os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos
veem a política, o Jornal
Opção foi às ruas e entrevistou 20 jovens. O resultado da
pesquisa foi surpreendente: a grande maioria não sabe sequer o nome dos
candidatos a prefeito de sua cidade, muito menos suas propostas. O desinteresse
dos jovens pela política é uma questão complexa e multifacetada, que pode ser
atribuída a diversos fatores apontados por eles como: Desconfiança nas instituições.
Muitos jovens sentem que as instituições políticas são corruptas ou ineficazes,
o que diminui a confiança no sistema e, por consequência, o interesse em
participar ativamente. Falta
de representatividade A percepção de que os políticos não
representam verdadeiramente os interesses e valores dos jovens contribui para o
afastamento. Os jovens podem sentir que suas vozes não são ouvidas ou
consideradas nas decisões políticas. Desilusão
com as mudanças Muitos jovens podem sentir que, apesar de se
envolverem ou participarem de movimentos políticos, as mudanças são lentas ou
inexistentes. Essa percepção de impotência pode levar à apatia política. Prioridades e interesses Em
uma fase da vida onde questões como educação, carreira e vida social são
prioritárias, a política pode não ser vista como algo imediato ou relevante. Cultura digital A cultura
digital e o consumo de conteúdo rápido e superficial podem também afetar a
maneira como os jovens se relacionam com temas complexos como a política, que
requer tempo e esforço para ser compreendida em profundidade. Veja as entrevistas: Arthur
Sidney, 24 anos, estudante de psicologia e morador do setor Jardim América, faz
parte de um grupo de jovens desiludidos com a política, o que o levou a perder
o interesse no assunto, apesar de reconhecer sua importância para todas as
faixas etárias. Quando questionado sobre os candidatos à prefeitura de Goiânia,
Sidney admitiu não os conhecer, nem ao menos o nome daqueles que pretendem
governar a cidade. “Não conheço nenhum deles, ainda não parei para saber quem
são”, afirmou. No entanto, ele concorda que é
impossível viver sem política, pois ela está presente em todos os aspectos da
sociedade. Apesar de sua descrença, Sidney revelou que costuma escolher o
candidato com as melhores propostas, embora o resultado sempre seja
decepcionante. “A gente vota acreditando que o candidato vai cumprir o que
promete, mas quando assumem o poder, esquecem o que prometeram”, desabafou.
Arthur Carlos, 19 anos, estudante de engenharia da computação e morador do
setor Marista, votará pela primeira vez nas próximas eleições, mas confessa que
o tema não está entre suas prioridades devido à polarização política. “Percebo
um cenário de bipolaridade que sai da racionalidade e se torna uma briga pelo
poder, com um grupo tentando derrubar o outro, sem considerar o que o povo
realmente quer”, avaliou. Para ele, é essencial que os políticos cumpram suas
promessas de campanha, sejam realistas e honestos. Arthur acredita que as redes
sociais desempenham um papel crucial tanto para os políticos quanto para os
eleitores. “As redes sociais deram voz e democratizaram o processo”, observou,
mas admite que não conhece os candidatos nem suas propostas. Matheus dos
Santos, 21 anos, estudante de engenharia de produção, votou pela primeira vez
em 2018, mas desde então tem anulado seus votos devido à descrença nos
políticos, que, segundo ele, pensam apenas em si mesmos. Matheus, que mora no
Jardim Novo Mundo, não conhece os candidatos à prefeitura e afirma que isso não
está entre suas prioridades. “Sou totalmente descrente do sistema político
brasileiro”, declarou, acrescentando que os candidatos representam “mais do
mesmo”. Raissa Borges, 18 anos, estudante de
farmácia e moradora do Setor dos Funcionários, votou pela primeira vez em 2022
e se diz arrependida da escolha. Ela explicou que até o momento o candidato
eleito não cumpriu nenhuma das promessas de campanha. “Quando o político engana
o eleitor, ele prejudica a democracia, causando descrença na política, o que
não é bom para a sociedade”, afirmou. Raissa admite que não
conhece os candidatos a prefeito nem a vereador, mas promete se informar antes
das eleições. “Sei que estou em falta nesse aspecto, mas minha prioridade agora
são os estudos”, explicou, mencionando que grande parte de seus amigos também
está desinteressada em política. Erick Arcanjo, 21 anos, estudante de
engenharia elétrica e morador do bairro Hilda, em Aparecida de Goiânia, também
não sabe quem são os candidatos em sua cidade. Antes de votar, ele costuma
fazer uma pesquisa rápida e ouvir a opinião de outras pessoas. Erick prefere
candidatos com experiência em gestão, mas considera propostas bem elaboradas
igualmente importantes. “Avalio a administração passada do candidato e suas
propostas, e voto em quem tiver as melhores ideias para a cidade”, ressaltou.
Erick também lamentou a falta de políticas públicas voltadas para a juventude,
especialmente em esporte e lazer. João
Junqueira, 19 anos, estudante de artes visuais e morador do setor Bueno,
reconhece a importância da política, apesar de seu desânimo com o tema. “O ser
humano é um ser político, a gente não vive sem a política”, afirmou. João já
votou, mas se diz decepcionado com sua escolha. “Eu esperava mais do candidato
que escolhi. Infelizmente, os políticos parecem se importar apenas com o poder
e não com os anseios da população”, concluiu. Luíz Fernando, 24
anos, morador do Jardim Vila Boa e estudante de artes visuais, não se
arrependeu de suas escolhas políticas, embora nenhum dos candidatos em que
votou tenha sido eleito. Luíz admite que não conhece as propostas de todos os
candidatos, mas já tem uma ideia definida de em quem votar. “Levo em
consideração a questão ideológica e procuro escolher quem pensa como eu”,
afirmou. Ele reconhece que os jovens deveriam se interessar mais pela política.
“Os jovens têm muitas ideias e poderiam contribuir para melhorar a política”,
refletiu. Uma estudante de 22 anos, que preferiu não se identificar, faz parte
da minoria dos entrevistados que se mantém atenta à política. Ela afirmou que
até o momento não se arrependeu de suas escolhas, mas também não se
surpreendeu. “Conheço alguns dos candidatos, mas ainda não decidi em quem
votar. As propostas não me atraíram até agora”, comentou. A estudante ressaltou
que, em geral, não se sente representada pelos políticos em exercício, e
acredita que eles precisam prestar mais atenção às necessidades dos jovens,
especialmente em relação à educação. Ela também destacou a importância das
redes sociais no processo eleitoral, afirmando que “o político que não entender
isso ficará para trás”. Ana Clara Chaves, 18
anos, moradora do setor Rio Formoso e estudante de psicologia, desconhece os
candidatos a prefeito, mas reconhece a importância de se informar sobre o tema.
“Ainda estou começando a fazer essas escolhas, mas pretendo me aprofundar no
assunto”, disse. Para Ana Clara, os políticos deveriam investir mais em
educação, uma área que ela considera esquecida. Luciana Mikelly, 23
anos, moradora do setor Sul, cursa nutrição e trabalha como vendedora. Luciana
admitiu que ainda não pensou em quem votar, nem conhece os candidatos à
prefeitura. “Não sou muito ligada em política”, confessou. Ela reconhece a
importância da política, mas admite que precisa melhorar seu envolvimento no
tema. Lucas Roberto, 24 anos, artista e morador do Conjunto Vera Cruz,
disse que a política não está entre suas prioridades. “Voto porque é
obrigatório, mas se não fosse, nem votaria”, declarou. Lucas escolhe seus
candidatos com base em indicações de amigos e familiares, e geralmente decide
em quem votar momentos antes da eleição. Ele afirmou conhecer apenas dois
candidatos, que foram ao local onde ele trabalha. “Esses políticos só prometem
e não fazem nada”, criticou. Cássia Eduarda, 18 anos, vendedora e
moradora do Jardim Curitiba, votou pela primeira vez em 2022, e embora seu
candidato não tenha sido eleito, não se arrepende da experiência. “Foi bom
exercer a democracia”, afirmou. Cássia admite que poderia se envolver mais com
a política, reconhecendo que o tema é crucial para o desenvolvimento da cidade.
“Preciso estar mais antenada nos projetos que eles colocam, pois interferem
diretamente em nossas vidas”, ponderou. Contudo, ela admitiu que não conhece os
candidatos a prefeito. “Você acredita que não sei quem são? Mas você me
despertou para isso”, admitiu. Ana Laura, 18 anos, vendedora e estudante
do ensino médio, confessa que ainda não tirou o título de eleitor e que não
entende nada de política. “Apesar de não compreender o assunto, sei que
dependemos da política”, comentou. Assim como a maioria dos entrevistados, Ana
Laura não sabe quem são os candidatos. Ela acredita que os jovens precisam ser
mais responsáveis em relação à política, que, segundo ela, é um tema sério.
Rairmaks da Costa Silva, 21 anos, bacharel em direito e morador do setor Morada
dos Pássaros, em Aparecida de Goiânia, acredita que a política é essencial para
a sociedade, mas lamenta que os políticos não governem para todos. “Existe uma
grande falta de políticos que governem para o povo que os elege, para que haja
um equilíbrio social”, observou. Rairmaks conhece os candidatos
de sua cidade, mas não suas propostas. Para escolher em quem votar, ele observa
os ideais políticos e as propostas voltadas para a periferia da cidade, que,
segundo ele, é sempre esquecida pelos gestores. Ele acrescenta que não culpa os
jovens pelo desinteresse na política, atribuindo isso à repetição dos mesmos
políticos e à corrupção. Ana Júlia Braga Noleto Alves, 20 anos, estudante de
direito e moradora do setor Nova Suíça, votou assim que completou 18 anos e não
se arrepende. “A política reflete em todos os aspectos da vida do brasileiro,
desde a alimentação até o acesso à educação e trabalho”, considera. Ana Júlia
costuma avaliar as administrações passadas dos candidatos, afirmando que as
propostas nem sempre refletem o verdadeiro comportamento de uma pessoa. “Levo
em consideração principalmente o que eles fizeram nos últimos anos de
trabalho”, explicou. Ana Júlia também acredita que a falta de políticas
públicas voltadas para a juventude e o acesso elitizado à cultura em Goiânia
são problemas que precisam ser resolvidos. O jovem Lucas Moura Martins, de 25
anos, formado em design e trabalhando com animação, reside no Leste
Universitário. Ele reitera que tudo ao nosso redor é política. “No entanto, com
as inúmeras demandas do mercado e da vida, acabamos deixando a política de
lado, até mesmo por uma questão de saúde mental e pela consciência de que o
problema é estrutural”, acrescenta. Lucas afirma que conhece os nomes dos
candidatos, mas desconhece suas propostas. Ele destaca que, na hora da escolha,
dá importância ao movimento político mais estratégico e possível para os
candidatos. “Aqueles que, de fato, vão impactar a vida da população local, que
puxam o debate na direção certa para a região”, enfatiza. Em relação aos
políticos atuais, Lucas menciona que não se sente representado por eles. Asafe
Ribeiro Dias da Silva, estudante de medicina de 20 anos, morador do setor
Cidade Jardim, em Goiânia, diz que votou em 2022 e não se arrepende. Para ele,
“a política é um jogo de interesses, mas ainda assim, a considero importante”,
afirma. Asafe expressa que conhece os candidatos, mas não se atentou às
propostas de cada um. Ele revela que escolhe seus representantes com base nos
mesmos princípios que os seus. “Em geral, considero o alinhamento em relação ao
meu posicionamento político e às propostas que me impactam diretamente”,
reflete. Asafe também pondera sobre o motivo pelo qual muitos jovens se mostram
desinteressados pela política. “Acredito que, devido ao fato de o aparato
governamental ser engessado e lento, um jovem criado na lógica imediata gerada
pela internet passa a ver essa burocracia, em que pequenas mudanças levam
meses, como algo extremamente tedioso. Daí vem a descrença”, analisa. Thalita
Rayane, de 22 anos, estudante de engenharia da computação e moradora do Jardim
Guanabara, acredita que os próprios políticos são os culpados pelo desinteresse
dos jovens na política. “Eles não se importam com a população. Basta dar uma
olhada nos Cais para ver o descaso desses políticos com o povo. Durante as
campanhas, prometem até o que não podem cumprir, mas, depois de eleitos, nem
voltam mais aos bairros”, reflete. Para Thalita, os jovens têm outras
prioridades. “Eu mesma preciso trabalhar e estudar para me sustentar e ajudar
em casa, então não vou perder tempo conhecendo ou sabendo o que esses corruptos
querem fazer para me enganar novamente. Estou seriamente pensando em nem votar
em outubro, de tão decepcionada que estou com esses políticos”, destaca. Emilly
Guedes Moreira, de 19 anos, estudante de direito e moradora do setor Negrão de
Lima, em Goiânia, garante que já votou e não se arrependeu da escolha. Emilly
avalia a importância da política. “Na minha percepção, a política é uma parte
essencial da sociedade. Ela desempenha um papel fundamental em moldar a vida de
todos nós, estabelecendo a estrutura da nossa sociedade e as normas e regras
que regulam nosso país, estado e cidade.” Emilly afirma que conhece todos os
candidatos e está atenta às propostas de cada um. Ela conta que seu candidato
precisa estar alinhado aos seus princípios. “Na hora de escolher, considero o
que ele defende: se tem princípios cristãos, se defende a família, se é honesto
e tem caráter.” Emilly avalia que os casos de corrupção noticiados pela
imprensa envolvendo políticos em todas as esferas podem ser um dos motivos do
desinteresse dos jovens pela política. “A política tem gerado uma imagem muito
negativa, devido à corrupção, sujeira e desonestidade de muitos políticos, o
que acaba fazendo com que os jovens desenvolvam um certo preconceito em se
envolver com a política, pois acham que todos os políticos são iguais”,
lamenta. Vanessa Silva, de 24 anos, moradora do Residencial Alice Barbosa, em
Goiânia, considera a política essencial. “A política, para mim, é fundamental
nos dias de hoje para a estabilidade e o progresso da sociedade moderna,
influenciando profundamente a vida cotidiana e o futuro da cidade, do país e do
mundo”, Vanessa destaca que tirou o título de eleitor aos 17 anos e nunca
deixou de votar. “Desde então, em todas as eleições, participo e dou meu voto a
candidatos que têm bons projetos, que sejam pessoas com visão moderna e
antenadas em tudo o que está acontecendo.” A jovem diz ser uma pessoa
participativa e bem-informada quando o assunto é política. “Procuro saber mais
e mais, garantindo que minhas opiniões e necessidades sejam consideradas. E
mesmo não conhecendo as propostas de todos os candidatos a prefeito, busco me
informar para ajudar a construir uma democracia mais robusta, contribuindo
significativamente para a construção de uma sociedade mais justa”, enfatiza. Fator preocupante: Este
desinteresse é preocupante, pois os jovens são uma parte crucial da sociedade e
seu envolvimento é essencial para a renovação e o desenvolvimento democrático.
Promover a participação política juvenil requer esforços tanto das instituições
quanto da sociedade em geral, com ações voltadas para a educação, inclusão e
empoderamento dos jovens. (Fonte Jornal Opção Noticias GO)
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