A espécie habitou a Terra antes da era dos dinossauros, que viveram há 230 milhões de anos.
Um réptil que viveu há 237 milhões de
anos onde hoje fica o Estado do Rio Grande do Sul foi descoberto por
pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A espécie habitou
a Terra antes da era dos dinossauros, que viveram há 230 milhões de anos,
segundo os registros paleontológicos. O animal faz parte do grupo chamado de
Gracilissuquideos, que, até a descoberta, não tinha sido registrado em
território brasileiro. "Esse é um grupo de animais que não são diretamente
ancestrais de jacarés e crocodilos, mas estão na mesma árvore evolutiva. O
interessante é que, ao contrário da espécie descoberta, a maioria dos animais
dessa linhagem são animais de grande porte. Alguns chegam a até sete metros de
comprimento", diz Rodrigo Müller, paleontólogo da UFSM, responsável pela
condução do estudo. - Os Parvosuchus aurelioi, nome da nova espécie, tinham
cerca de um metro de comprimento e pesavam entre 4 e 8 kg. - Os dentes em forma
de punhal revelam características de um animal carnívoro e o tamanho pequeno
sugere que caçava presas pequenas, segundo o estudo. "A gente não tinha
registros de animais carnívoros dessa linhagem tão pequenos", diz Müller. -
O nome da nova espécie é uma homenagem ao médico Pedro Aurélio, um entusiasta
da paleontologia que não atua de forma profissional. - Ele encontrou o fóssil
do animal em Paraíso do Sul, uma cidade próxima a Santa Maria, e o enviou à
universidade em forma de doação. O fóssil foi recebido pela UFSM em janeiro
deste ano, junto com outros materiais encontrados por Aurélio. Durante o
trabalho de remoção do fóssil da rocha, Müller conta que foi surpreendido. "Dava
para notar que havia vértebras dos ossos da coluna. Não estava esperando
encontrar também o crânio do animal e isso foi bem legal. Como o crânio estava
inteiro, foi possível trazer muita informação a respeito da anatomia do
animal." Segundo o pesquisador, é bastante incomum encontrar crânios
inteiros de espécies que habitaram a Terra há milhões de anos. Essa é apenas a
quarta espécie descoberta de animais do grupo Gracilissuquideos em todo o
mundo. Duas foram localizadas onde hoje é a China e uma foi encontrada na
Argentina. "Essa descoberta aumenta a diversidade de animais que nós temos
no Brasil, diminui a diferença de fauna entre Brasil e Argentina e aumenta
nosso conhecimento em relação ao ecossistema que antecede a origem dos
dinossauros", conclui Müller. A pesquisa agora vai se debruçar ainda mais
sobre o crânio para, com o auxílio de tomografias, responder mais perguntas
sobre as características encefálicas do animal. O estudo foi publicado na
revista científica Scientific Reports. Leia aqui o artigo completo.(
Fonte Brasil ao Minuto Noticias)