Em áudios vazados na imprensa, Milton Ribeiro teria afirmado que prioriza liberação de recursos a prefeituras indicadas por pastores aliados ao governo.
No decorrer da sessão desta terça-feira (22),
vários deputados de oposição foram à tribuna cobrar investigação do ministro da
Educação, Milton Ribeiro. Em áudios vazados na imprensa, o ministro teria
afirmado que prioriza a liberação de recursos a prefeituras indicadas por
pastores aliados do governo – Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia.O
líder do PSB, deputado Bira
do Pindaré (MA), afirmou que o partido ingressou com uma representação no
Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando a investigação da aplicação dos
recursos do Ministério da Educação pelo ministro Milton Ribeiro. “O Fundo
Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), que deveria estar sendo
utilizado para garantir a infraestrutura das escolas, está sendo aparelhado
para garantir as condições para o governo Bolsonaro se submeter ao processo
eleitoral, o que é muito grave”, disse. Para o líder oposicionista, no entanto,
Milton Ribeiro deveria ser afastado do cargo para que os gastos sejam
investigados. “O ministro Milton Ribeiro perdeu as condições morais para
continuar mandando nesse Ministério tão importante do Brasil. A nossa
representação vai ao TCU e nós vamos até o final contra esse aparelhamento
politiqueiro”, disse. A representante da Rede, deputada Joenia Wapichana (RR),
afirmou que o Parlamento precisa investigar a conduta do ministro. “É
necessário tomar providências em relação à declaração do ministro da Educação,
Milton Ribeiro, ao dizer que vai priorizar os amigos de pastores, a pedido de
Bolsonaro, na liberação de recursos da educação”, disse.O deputado Ivan Valente (Psol-SP)
afirmou que os áudios demonstram que o governo Bolsonaro sofre de “corrupção
generalizada”. “Pastores faziam uma gestão paralela no Ministério da Educação.
O pastor-ministro Milton Ribeiro simplesmente distribuía verbas a municípios a
partir de intermediários que eram pastores designados pelo Bolsonaro”,
denunciou. Defesa Pelas redes sociais, o ministro Milton
Ribeiro afirmou que “a alocação de recursos ocorre segundo legislação
orçamentária bem como critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento
da Educação (FNDE)” e que “não há nenhuma possibilidade” de o ministro
determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer
município ou estado.O deputado Professor Alcides (PP-GO)
saiu em defesa de Ribeiro e criticou a oposição por fazer acusações sem provas.
“A esquerda fala mais uma vez que o ministro da Educação Milton Ribeiro vai
atender a pastores. Eu pergunto: qual é o tipo de recursos que o Ministério da
Educação tem para liberar para os pastores? Que eu saiba, nenhum. Então, a
esquerda realmente não tem o que fazer”, afirmou.O líder da Minoria, Alencar Santana Braga (PT-SP),
disse que as condutas deveriam ser investigadas pela Procuradoria-Geral da
União. “O presidente Bolsonaro praticou crime de improbidade, crime de
advocacia administrativa, ao defender o interesse privado perante a
administração pública. Assim como o ministro e os pastores citados.” Fonte:
Agência Câmara de Notícias Reportagem - Carol Siqueira Edição - Geórgia
Moraes
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