O mais alto tribunal da ONU destaca a magnitude da tragédia humana e as violações do direito internacional.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), o mais alto tribunal da
ONU, ordenou à Rússia, nesta quarta-feira (16), que suspenda imediatamente suas
operações militares na Ucrânia."A Federação Russa deve suspender
imediatamente as operações militares iniciadas em 24 de fevereiro de 2022 em
território ucraniano", declarou o juiz-presidente da CIJ, Joan Donoghue. "A
Corte está bem ciente da magnitude da tragédia humana na Ucrânia" e está
"profundamente preocupada com o uso da força russa, que levanta problemas
muito sérios de direito internacional", disse Donoghue durante uma
audiência.A Corte se expressou no âmbito de um procedimento de emergência
lançado por Kiev alguns dias após o início da invasão russa em 24 de fevereiro.A
Ucrânia pediu ao mais alto tribunal da ONU que ordenasse Moscou que parasse sua
invasão imediatamente, à espera de um veredicto sobre a substância do conflito
entre os dois países, que pode levar anos.Atendendo ao pedido de Kiev, a CIJ,
criada em 1946 para resolver disputas entre Estados, decidiu decretar medidas
de emergência, conhecidas como conservatórias, para ordenar à Rússia a
suspensão imediata das operações militares.Em quase três semanas de conflito,
mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia. O presidente russo,
Vladimir Putin, garantiu nesta quarta-feira que a invasão russa da Ucrânia foi
"um sucesso", enquanto o ucraniano Volodymyr Zelensky lançou um novo
forte apelo por ajuda, em plenas negociações sobre uma possível neutralidade
ucraniana.Kiev estima que a Rússia justificou ilegalmente sua invasão alegando falsamente
um genocídio contra populações de língua russa nas regiões ucranianas de
Donetsk e Lugansk.A Rússia se recusou a comparecer às audiências da CIJ sobre o
caso em 7 e 8 de março. Mas em um documento escrito, Moscou refutou a
competência do tribunal sobre a reivindicação da Ucrânia.Moscou alega que sua
ação não se enquadra no escopo da Convenção de Genocídio de 1948, sobre a qual
Kiev baseia seu caso."O governo da Federação da Rússia respeitosamente
solicita à Corte que se abstenha de indicar medidas conservatórias e retire o
caso de sua pauta", declarou Moscou.Um pedido rejeitado nesta quarta-feira
pela CIJ, que concluiu que realmente tem jurisdição no caso, em nome da
Convenção sobre Genocídio.A Rússia acrescentou que não compareceu perante os
magistrados porque não teve tempo suficiente para se preparar. E a invasão na
Ucrânia é um ato de "legítima defesa".As sentenças da CIJ são
vinculantes e não podem ser apeladas, mas o tribunal não tem meios de
aplicá-las.O principal órgão judicial da ONU baseia suas conclusões
principalmente em tratados e convenções. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia são
partes da Convenção de Genocídio da ONU de 1948.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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